Síndrome de Burnout - Cuidado Professor ...
Prestem atenção. Professores que se ausentaram por um bom tempo da profissão devido a essa Síndrome. Saiba um pouco sobre ela:
Síndrome de Burnout – Por Sueli Vidal
A Síndrome de Burnout é um termo psicológico que descreve o estado de exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho. O termo "burnout" (do inglês "combustão completa") descreve principalmente a sensação de exaustão da pessoa acometida.
Burnout
é geralmente desenvolvida como resultado de um período de esforço
excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação,
mas alguns consideram que trabalhadores com determinados traços de
personalidade (especialmente de neuroses)
são mais suscetíveis a adquirir a síndrome. Pesquisadores parecem
discordar sobre a natureza desta síndrome. Enquanto diversos estudiosos
defendem que burnout refere-se exclusivamente a uma síndrome
relacionada à exaustão e ausência de personalização no trabalho, outros
percebem-na como um caso especial da depressão clínica mais geral ou
apenas uma forma de fadiga extrema (portanto omitindo o componente de
despersonalização).
Trabalhadores da área de saúde são freqüentemente propensos ao burnout. Cordes and Doherty (1993),
em seu estudo sobre esses profissionais, encontraram que aqueles que
tem freqüentes interações intensas ou emocionalmente carregadas com
outros estão mais suscetíveis. Os estudantes são também propensos ao burnout nos anos finais da escolarização básica (ensino médio) e no ensino superior, curiosamente, este não é um tipo de burnout relacionado com o trabalho, talvez isto seja melhor compreendido como uma forma de depressão. Os trabalhos com altos níveis de stress podem ser mais propensos a causar burnout do que trabalhos em níveis normais de stress. Taxistas, controladores de tráfego aéreo, músicos, professores e artistas parecem ter mais tendência ao burnout do que outros profissionais. Os médicos parecem ter a proporção mais elevada de casos de burnout (de acordo com um estudo recente no Psychological Reports, nada menos que 40% dos médicos apresentavam altos níveis de burnout)
A
chamada Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das
conseqüências mais marcantes do estresse profissional, e se caracteriza
por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e
insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa
emocional).
O
termo Burnout é uma composição de burn=queima e out=exterior, sugerindo
assim que a pessoa com esse tipo de estresse consome-se física e
emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e
irritadiço.
Essa
síndrome se refere a um tipo de estresse ocupacional e institucional
com predileção para profissionais que mantêm uma relação constante e
direta com outras pessoas, principalmente quando esta atividade é
considerada de ajuda (médicos, enfermeiros, professores).
Outros
autores, entretanto, julgam a Síndrome de Burnout algo diferente do
estresse genérico. Para nós, de modo geral, vamos considerar esse quadro
de apatia extrema e desinteresse, não como sinônimo de algum tipo de
estresse, mas como uma de suas conseqüências bastante sérias.
De
fato, esta síndrome foi observada, originalmente, em profissões
predominantemente relacionadas a um contacto interpessoal mais exigente,
tais como médicos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais,
comerciários, professores, atendentes públicos, enfermeiros,
funcionários de departamento pessoal, telemarketing e bombeiros. Hoje,
entretanto, as observações já se estendem a todos profissionais que
interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam e/ou solucionam
problemas de outras pessoas, que obedecem técnicas e métodos mais
exigentes, fazendo parte de organizações de trabalho submetidas à
avaliações.
Definida
como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato
direto, excessivo e estressante com o trabalho, essa doença faz com que a
pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho,
de forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço
pessoal passa a parecer inútil.
Entre
os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de
Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de
relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas
ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de
desqualificação e falta de cooperação da equipe.
Os
autores que defendem a Síndrome de Burnout como sendo diferente do
estresse, alegam que esta doença envolve atitudes e condutas negativas
com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho, enquanto o
estresse apareceria mais como um esgotamento pessoal com interferência
na vida do sujeito e não necessariamente na sua relação com o trabalho.
Entretanto, pessoalmente, julgamos que essa Síndrome de Burnout seria a
conseqüência mais depressiva do estresse desencadeado pelo trabalho.
A Síndrome em Professores
O
burnout de professores é conhecido como uma exaustão física e emocional
que começa com um sentimento de desconforto que pouco a pouco aumenta à
medida que a vontade de lecionar gradualmente diminui.
Sintomaticamente, o burnout geralmente se reconhece pela ausência de
alguns fatores motivacionais: energia, alegria, entusiasmo, satisfação,
interesse, vontade, sonhos para a vida, idéias, concentração,
autoconfiança e humor.
Um
estudo feito entre professores que decidiram não retomar os postos nas
salas de aula no início do ano escolar na Virgínia, Estados Unidos,
revelou que entre as grandes causas de estresse estava a falta de
recursos, a falta de tempo, reuniões em excesso, número muito grande de
alunos por sala de aula, falta de assistência, falta de apoio e pais
hostis. Em uma outra pesquisa, 244 professores de alunos com
comportamento irregular ou indisciplinado foram instanciados a
determinar como o estresse no trabalho afetava as suas vidas. Estas são,
em ordem decrescente, as causas de estresses nesses professores:
- Políticas inadequadas da escola para casos de indisciplina;
- Atitude e comportamento dos administradores;
- Avaliação dos administradores/supervisores;
- Atitude e comportamento de outros professores/profissionais;
- Carga de trabalho excessiva;
- Oportunidades de carreira pouco interessantes;
- Baixo status da profissão de professor;
- Falta de reconhecimento por uma boa aula/por estar ensinado bem;
- Alunos barulhentos;
- Lidar com os pais.
Os efeitos do estresse são identificados, na pesquisa, como:
- Sentimento de exaustão;
- Sentimento de frustração;
- Sentimento de incapacidade;
- Carregar o estresse para casa;
- Sentir-se culpado por não fazer o bastante;
- Irritabilidade.
As estratégias utilizadas pelos professores, segundo a pesquisa, para lidar com o estresse são:
- Realizar atividades de relaxamento;
- Organizar o tempo e decidir quais são as prioridades;
- Manter uma dieta balanceada e fazer exercícios;
- Discutir os problemas com colegas de profissão;
- Tirar o dia de folga.
Quando perguntados sobre o que poderia ser feito para ajudar a diminuir o estresse, as estratégias mais mencionadas foram:
- Dar tempo aos professores para que eles colaborem/conversem;
- Prover os professores com cursos e workshops;
- Fazer mais elogios aos professores, reforçar suas práticas e respeitar seu trabalho;
- Dar mais assistência;
- Prover os professores com mais oportunidades para saber mais sobre alunos com comportamentos irregulares e também sobre as opções de programa para o curso;
- Envolver os professores nas tomadas de decisão da escola/melhor comunicação com a escola.
Como
se pode ver, o burnout de professores relaciona-se estreitamente com as
condições desmotivadoras no trabalho, o que afeta, na maioria dos
casos, o desempenho do profissional. A ausência de fatores motivacionais
acarreta o estresse profissional, fazendo com que o profissional largue
seu emprego, ou, quando nele se mantém, trabalhe sem muito esmero.
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