SÍNDROME DE ASPERGER: UM DESAFIO NA SALA DE AULA
Diante
do quadro apresentado por um indivíduo com SA, não existe uma fórmula
exata para lidar com crianças e jovens com Síndrome de Asperger em sala
de aula, pois cada indivíduo com SA tem suas características típicas da
síndrome, porém manifestadas de forma individual e específica em cada
uma delas, mas percebe-se que podem ser usadas algumas estratégias que
serão úteis e ajudarão bastante a dar respostas ás necessidades
educativas especiais destas crianças. É importante perceber que serão
apresentadas algumas sugestões de uma forma geral, portanto deve ser
adaptado às necessidades únicas de cada indivíduo portador dessa
síndrome.
De
acordo com os estudos realizados a cerca da SA, é bastante relevante
destacar algumas intervenções realizadas em sala de aula.
Confrontadas
com mudanças, mesmo sendo rápidas, as crianças com SA ficam bastante
ansiosas, altamente sensíveis. É importante que o professor:
· Evite
as mudanças, principalmente as surpresas, pois as crianças com SA
precisam ser preparadas com antecedência para qualquer atividade que vá
alterar o horário ou mudar o hábito, mesmo que essa mudança seja mínima;
· Ofereça sempre um ambiente seguro e previsível;
· As
rotinas no dia-a-dia devem ser sólidas, pois as crianças com SA
precisam compreender essa rotina e saber sempre o que a espera;
· Evite
momentos que elas possam sentir medo do desconhecido, dos novos
professores, novas turmas, escola, tão cedo quanto possível e assim
evitam-se as preocupações que geram angústia;
As
crianças com SA apresentam muitas dificuldades em interagir
socialmente. Demonstram pouco jeito para começar e até mesmo manter uma
conversa, tendo assim dificuldade na comunicação. Elas falam para as
pessoas, mas não com elas. Frequentemente desejam fazer parte do mundo
social, no entanto, não sabem como se integra. É necessário que:
· A escola proteja essa criança das brincadeiras inadequadas;
· Quando
os colegas têm idades adequadas a entender, é importante que o
professor explique as características da criança com SA e sempre elogie
os colegas quando estes as tratam com respeito, sendo assim, se evita o
isolamento da criança;
· Vivencie
situações onde as crianças com SA apresentem suas habilidades
cognitivas em pequenos grupos, e possam ser vistas pelos colegas como
talentosas, favorecendo assim uma maior probabilidade de serem aceitas;
· As
crianças com SA, em sua maioria, desejam ter amigos, mas não sabem como
fazê-lo. Então, elas precisam ser orientadas de forma apropriada a
reagir em situações diferentes. Devem-se criar momentos onde o “faz -
de- conta” sirva de exemplos para que a criança com SA entenda as regras
que as outras crianças entendem de forma intuitiva;
· Quando
uma criança com SA, mesmo sem intenção, insulta, magoa, deve ser
explicado a ela que esse comportamento é inapropriado e qual deveria ser
o jeito correto de agir, pois a crianças com SA não tem noção do que é
as emoções dos outros;
· Quando
os estudantes são mais velhos, o professor pode adotar para o aluno com
SA o que chamamos de “amigo tutor”, que é aquele amigo da mesma classe,
sensível às dificuldades do estudante com SA e que vai sentar próximo e
tentar ajudá-lo nas atividades escolares;
· É
característico que a criança com SA apresente tendência para se
retrair, portanto o professor precisa criar situações de envolvimento
com os outros, favorecendo a socialização e evitando assim que ela passe
todo o tempo solitário nos seus interesses obsessivos por determinados
assuntos.
As
crianças com SA produzem longas lições, quando estas são das suas áreas
de interesses, repetem perguntas sobre determinados assuntos,
dificilmente elas mudam de opinião, seguem suas próprias idéias e na
maioria das vezes se recusam a aprender matérias que não faz parte do
seu grupo restrito de interesses. Então:
· Não
permita que crianças com SA persistam sobre assuntos de interesses
isolados. Quando isso acontecer limite este comportamento e especifique
pra ela um tempo, durante o dia, que ela possa conversar sobre esses
assuntos, desta forma ela vai aprender a se controlar, pois isso fará
parte da sua rotina diária;
A utilização de um
reforço positivo, com o intuito de se obter um determinado
comportamento, é uma estratégia importante para ajudar as crianças com
SA (Dewey, 1991).
· Estas crianças precisam também ser elogiadas quando apresentam comportamentos sociais adequados, por mais simples que sejam;
· Determinadas
crianças com SA se recusam a realizar trabalhos que não sejam da sua
área de interesses, portanto é necessário deixar claro para elas que não
é ela que manda e que é preciso que ela siga regras específicas. Porém,
simultaneamente, o professor também pode fazer concessões, permitindo
assim que ela siga os seus interesses em determinadas condições;
· Poderá
oferecer tarefas à criança com SA, relacionadas com o tema de seu
interesse e que tenha haver com a área de conhecimento em estudo, por
exemplo, se a criança tem interesse pela boneca da Emília, ofereça-lhe
exercícios gramaticais, situações problemas de matemática, ortografia,
textos para leituras sobre a Emília;
· Utilize
os interesses obsessivos da criança com SA para favorecer um
alargamento no seu repertório de interesses. Como exemplo, numa aula de
geografia sobre ecossistemas, o aluno com SA que possui obsessão por
animais, estuda não só os animais que habitam esses ecossistemas, mas
também os outros seres vivos, a casa desses animais, etc. Sem falar, que
é motivado a aprender a população desse local que derrubou as árvores
para garantir a sua sobrevivência.
As
crianças com SA estão frequentemente distraídas, ocupadas com os seus
pensamentos; são muito desorganizadas; apresentam dificuldades em
concentrar-se nas atividades da sala,
(frequentemente, tal não
se deve a falta de atenção “per si”, mas sim ao focarem-se em detalhes
irrelevantes; a criança com SA não consegue discernir o que é).
importante [ Happe, 1991]
E
como tal a atenção é dirigida para estímulos insignificantes;
apresentam grande tendência para se isolarem no seu mundo interior, de
forma bem maior que o que chamamos “sonhar acordado”, e demonstram
dificuldade em aprender quando em grupo. Portanto:
· As
tarefas escolares devem ser divididas, as questões precisam ser
sintetizadas e o professor deve reorientar sempre que for necessário;
· As
crianças com SA devem estar sentadas nas carteiras da frente e o
professor tem que fazê-lhe, com freqüência, perguntas diretas, para que a
mesma possa perceber a necessidade de acompanhar a aula;
· É
importante que as crianças com SA tenham seus trabalhos de sala e
tarefas de casa diminuída em sua quantidade, pois apresentam
dificuldades de concentração;
· Sente
a criança com SA ao lado de outra criança que a lembre constantemente
da necessidade de estar atenta as tarefas e as aulas;
· O
professor precisa estar numa batalha constante no que se refere ao
encorajamento a criança com SA para que ela possa abandonar os seus
pensamentos ou as fantasias e concentrar-se no mundo real. É necessária
bastante paciência porque para a criança com SA o mundo interior é bem
mais atraente do que a vida real.
A
maioria das crianças com SA tem uma inteligência média ou acima da
média, (principalmente no domínio verbal), mas podem apresentar
dificuldades na capacidade de compreender os raciocínios muito
elaborados. Apresentam uma visão muito concreta e a capacidade de
abstração limitada. Mesmo tendo um estilo de linguagem pedante,
demonstrando uma falsa imagem do que compreendem o que estão dizendo,
quando na verdade estão apenas a repetir como um papagaio o que ouviram
ou o que leram. É importante:
* Proporcionar um programa educativo individualizado;
*
Quando os conceitos vivenciados em sala de aula forem abstratos, é
interessante que se proporcionem explicações adicionais ou tente
simplifica-los;
* Explorar bastante a capacidade de memória das crianças com SA, porque as informações concretas é a área forte delas;
*
Estabelecer regras claras no que diz respeito a qualidade do trabalho
acadêmico dessas crianças, porque em sua maioria, as crianças com SA não
se esforça em áreas que não a interessam.
Para
que muitas dessas estratégias dêem certas, é importante que sejam
consideradas as características particulares de aprendizagem de cada uma
dessas crianças para que o apoio necessário seja fornecido e só assim
se construa as competências necessárias.
http://educacaoespecialbrasil.blogspot.com.br/2012/06/sindrome-de-asperger-um-desafio-na-sala.html
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