A caixa e a mesa sensorial - Montessori em casa
A caixa e a mesa sensorial - Montessori em casa
É
uma tarefa difícil condensar em um único e sucinto post tudo o que pode
ser feito e trabalhado numa “simples” caixa ou mesa sensorial, como
aquela que mostrei no post da massinha.
Melhor começar do começo né?
O que é para que serve uma caixa ou mesa sensorial?
Os
educadores que aplicam os princípios de base da pedagogia Montessori
sabem que o desenvolvimento sensorial é extremamente importante para a
criança. As crianças aprendem por meio de seus sentidos e é ai que
entram as “caixas” e “mesas” sensoriais.
Dentro
dessas mesas são colocados elementos que visam desenvolver e afinar o
senso visual, tátil, olfativo e até mesmo gustativo. Para este ultimo,
imagine um recipiente com gelatina ou pudim ou espaguete cozido, no qual
seu filho pequeno (bebê) possa enfiar a mão com tudo, botar na boca sem
medo de ser feliz. Você fica tranquila por ele tomar contato com
texturas, cores e temperatura e não corre o risco de ele colocar algo
perigoso na boca.
Ali,
naquele momento de brincadeira, a criança é envolvida por vários
elementos e conceitos que lhe darão noções básicas de cores, formas,
tamanhos, texturas, bem como desenvolver a coordenação motora fina,
construir conhecimentos de matemática, ciências e promover conexões
cerebrais. O vocabulário também é ampliado, uma vez que a criança
aprende, na pratica (e com os seus sentidos) o que é opaco,
transparente, quente e gelado (atividades com gelo), espesso, fluido,
etc. Tudo isso é propiciado por meio de uma brincadeira sensorial.
A
outra vantagem da caixa sensorial é de limitar o espaço/área da
brincadeira (e da bagunça). Não da para brincar de fazenda, utilizando
milho, feijão e serragem e deixar a brincadeira rolar solta no meio da
sala. Além do que a criança aprende a ter noção e limitação do espaço,
do dentro e fora. Eu recomendo um tapete ou um lençol, algo estendido no
chão para limitar a bagunça e caso caia o conteudo para fora da caixa
fica mais facil recolher, guardar e limpar.
As
“caixas” que tenho utilizado aqui em casa são organizadores de
plástico. Nada impede que uma bacia, balde ou caixa de papelão sejam
utilizados. O importante é ter o recipiente e escolher o conteúdo com o
qual será “trabalhado” dentro dele.
Falando
em conteúdo, é ai que devemos prestar atenção. Se a criança ainda esta
na fase oral marcante, não é recomendável colocar elementos (de risco)
que ela possa engolir, tais como botões, bolinhas, grãos, etc. Segurança
e prudência em primeiro lugar. E mesmo para os maiores, temos que ficar
por perto, observando e supervisionado. E, importante, estar preparada
(e ZEN!) para eventual bagunça.
**
Caixa de outono e floresta –
Contém as cores amarela e marrom. Tem nozes e tocos de arvore. Os
personagens foram escolhidos por ela e ali mesmo inventou historias.
Nesse momento Béatrice foi “transportada” para o universo contido na
caixa e ai esta mais um ponto positivo: o favorecer a concentração e relaxamento da criança.
Percebo que Béatrice se desliga do mundo e fica compenetrada e
envolvida nos elementos (simples) disponíveis na caixa. É como se nesse
momento ela estivesse sendo guiada pelos seus sentidos.
A
caixa com temas pode ser montada aos poucos, colocando elementos
durante a semana. No outono, por exemplo, pode começar com as folhas e
disponibilizar uma lupa para que elas sejam observadas. Depois vem
sementes, galhos, gravetos (colhidos nos passeios). Por ultimo os
animais da floresta, como esquilos, pássaros. Depois da brincadeira, de
todo o envolvimento com o “outono”, pode guardar o material e usar em
outro tema ou atividade.
Também fizemos uma caixa sensorial que tem a ver com o verão, estação atual.
Fiz
uma caixa com agua e ela colocou o colorante alimentício azul e “criou”
o mar (vale um sapo na ausência de seres marinhos!). O efeito da cor
azul misturar-se na agua é, por si só, fascinante. Vale a experiência
visual de a água mudar de cor. Eu separei algumas pedras e conchas, pois
era tudo que havia em casa e que poderia representar o ambiente
marinho. Ela pegou alguns personagens, “montou” o cenário e criou
historias. Entendeu que ilha é um pedaço de “pedra” cercada de agua por
todos os lados.
E
dai que também tem a versão “mesa sensorial” ou mesa de trabalho.
Normalmente este tipo de mesa é vendido em sites especializados em
educação Montessori e dificilmente será encontrada em lojas de brinquedos. A solução foi fabricar uma.
E deu certo. Fizemos uma mesa a custo zero com o seguinte material:
* Uma mesa (escolhemos uma pequena e quadrada. Vantagem para a praticidade de transporta-la para qualquer peça da casa);
* Um recipiente/organizador de plástico;
A
principio optamos por colar a caixa na mesa, mas desistimos da ideia.
Ficou mais interessante e pratico ter uma caixa “móvel” para ser
utilizada em outras ocasiões. Fizemos três furos com o diâmetro dos
copos de plástico para servirem de recipientes, mas isso é opcional.
A vantagem é que a criança pode brincar em pé ou sentada e o proposito de mil e uma atividades continua valendo.
Percebi
que a "mesa sensorial" cai bem para as atividades da vida pratica, como
lavar roupas e a louça. Alias, motivo para um outro post.
Lavando as roupinhas das bonecas |
Lavando as suas panelinhas |
E brincar na areia, num espaço menor também ficou legal.
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