MATERIAIS PARA ESTIMULAÇÃO PSICOMOTORA NA INFÂNCIA: Como selecionar e utilizar materiais para promover o desenvolvimento psicomotor na infância
Prof.: Júlia Eugênia Gonçalves
Um
brinquedo pedagógico não é, necessáriamente um material para
estimulação psicomotora. Para se enquadrar neste conceito, é preciso que
o objeto ( pode ser um brinquedo ) contribua para o desenvolvimento de
funções psicomotoras, tais como o estabelecimento de relações,simetria,
punção, tônus muscular etc.
Objetivo
Concluir
a apresentação dos materiais para estimulação psicomotora selecionados e
apresentar indicações de uso de cada categoria,relacionadas ao tipo e
características do material e à idade da criança.
Alinhavos
Os alinhavos são materiais que estimulam a coordenação viso-motora, a direcionalidade e o controle do tônus muscular.
Existem modelos disponíveis no comércio, estruturados em vários materiais, desde peças de madeira a emborrachados e tecidos.
Dependendo
do tipo da figura, os alinhavos podem servir para a ampliação de
conhecimentos de diversas áreas e para serem usados com crianças de
diversas idades.
É
preciso ter cuidado na escolha do material! À crianças pequenas não
devem ser oferecidas agulhas, mesmo que sejam sem ponta, porque podem
oferecer perigo de acidentes. O mais indicado é um cordão de sapato ou
fios de lã ou barbante com as pontas envolvidas em cola plástica, de
forma que estejam endurecidas e facilitem o trabalho.
Com
crianças muito agitadas ou hiperativas os alinhavos trazem como
resultado, além do que já foi citado, maior concentração e controle da
impulsividade.
Exemplos de alinhavos em peças de madeira:
Exemplo de alinhavos em peça de emborrachado ou E.V.A.
Dica
É
preciso ter cuidado na escolha do material! À crianças pequenas não
devem ser oferecidas agulhas, mesmo que sejam sem ponta, porque podem
oferecer perigo de acidentes.
Tramas
As
tramas são materiais que estimulam a coordenação viso-motora, o
movimento de oposição polegar indicador e o senso estético. Além disso,
possibilitam a percepção da noção de série, pela sequência de cores que
podem ser variadas
Há
tramas feitas de papel, tecido ou plástico. Consistem no entrelaçamento
de tiras umas sobre as outras, formando um verdadeiro tecido.
Exemplo:
O
material mais utilizado para o trabalho com tramas junto às crianças é o
papel. O ideal é que sejam usados papéis mais espessos do que aqueles
que se usam para escrever, mas que sejam flexíveis a ponto de serem
entrelaçados. Caso sejam usados tecidos, devem ser de algodão e com
espessura similar a do brim.
A
preparação do material é muito importante. A tarefa é entrelaçar tiras
previamente cortadas sobre uma base preparada para este fim.
A melhor maneira de ser cortar as tiras é exemplificada abaixo:
A
base pode ter a forma quadrada ou retangular. Depois de devidamente
dividida em parte iguais, com o auxílio de um estilete são feitos os
cortes tento o cuidado de não romper as extremidades, que devem ficar
intactas.
Veja os passos, na figura abaixo:
As
tramas podem ser simples, ou duplas, dependendo da habilidade já
desenvolvida e do objetivo que se pretende alcançar. Uma trama simples é
aquela na qual a tira é entrelaçada da seguinte maneira: uma tira da
base por cima, uma tira da base por baixo daquela que está sendo
entremedada.
Dica
O segredo nas tramas é não entregar às crianças os fios soltos, isolados entre si.
Enfiagens
A
ação de enfiar é uma das que mais desenvolve a coordenação viso-motora e
a direcionalidade. Tal atividade pode também ser útil quando se
pretende trabalhar noções matemáticas importantes para a construção da
idéia de número, tais como as de ordem e série.
O
importante é a escolha do material. As contas ou qualquer outro
material utilizado não devem ser muito pequenos, porque o tamanho está
intimamente ligado à habilidade necessária para o seu menuseio. Quanto
menor o material, mais habilidade manual exige. O fio não deve ser muito
fino e tem que possuir a flexibilidade necessária para que as crianças
possam manuseá-lo sem muito esforço e tensão suficiente para que os
objetos não se soltem durante a enfiagem. Os mais indicados são os de
algodão.
Exemplos de enfiagens:
Dobraduras
As
dobraduras são conhecidas praticamente em todos os países do mundo,
associadas à arte e beleza. Tornaram-se muito populares no Japão, onde
se atribui sua origem. Os famosos “origamis” japoneses são conhecidos
mundialmente e nada mais são do que dobraduras, como seu nome indica:
Ori significa dobrar, e Kami significa ao mesmo tempo papel e Deus, uma
indicação da importância do papel para os japoneses.
Os
árabes descobriram as dobraduras no século VIII, mas estas técnicas só
chegaram à Espanha no século XII com as invasões mulçumanas. Da
Península Ibérica alcançaram a América. Entre nós é comum que crianças
brinquem dobrando papel e criando aviõezinhos e barquinhos.
O
uso de dobraduras na educação foi uma iniciativa de Friedrich Froebel,
educador alemão criador do "kindergarten" (jardim da infância). Em sua
teoria educacional a dobradura é enfocada de três maneiras:
- Dobras
de verdade: que trabalhavam com a geometria elementar com a intenção de
que as crianças descobrissem por si só os princípios da geometria
Euclidiana;
- Dobras
da vida: onde noções básicas de dobradura têm como finalidade chegar às
dobras tradicionais de pássaros e animais. Esse estágio não foi muito
levado a sério pelos seguidores de Froebel, por considerarem como mera
seqüência de memorização de dobraduras, sem nenhuma exploração da
criatividade infantil;
- Dobras
da beleza: a grande contribuição de Froebel, e cuja intenção é levar à
criatividade e à arte. As crianças eram encorajadas a guardarem suas
coleções em álbuns ou em caixas. Muitas coleções datam do século 19 e
alguns desses álbuns podem ser encontrados em museus da Europa.
Atualmente
não se discute a importância das dobraduras como estímulo psicomotor,
pois desenvolvem habilidades motoras com ênfase no desenvolvimento da
organização, na elaboração de seqüências de atividades, na memorização
de passos e coordenação motora fina do aluno. O produto final das
dobraduras, além de um incentivo à realização pessoal e à auto-estima, é
uma forma de desenvolvimento do senso estético.
Exemplos de dobraduras:
As
dobraduras são úteis, ainda, para desenvolver conceitos básicos de
geometria. Em barquinhos, balões, chapéus de soldado, pirâmides, cubos e
outros sólidos geométricos, estão presentes linhas, ângulos e vértices.
Desse modo, a criança tem chance de visualizar conceitos abstratos,
como superfícies, linhas e pontos. Também é possível construir figuras
planas — quadrados, retângulos e triângulos —, que vão ajudar na
explicação de ângulos, diagonais e lados.
Gradação e utilização dos materiais para estimulação psicomotora
Plantados e Encaixes
Idade
|
Número de eixos
|
Número de cortes
|
Tipos de cortes
|
Tipo e número de imagens
|
3 anos a 3 anos e meio
|
1
|
1
|
autocorretivos
|
Uma única imagem de um só lado do encaixe.
|
2
|
1
|
autocorretivos
| ||
3 anos e meio e 4 anos
|
1
|
2 a 3
|
autocorretivo
|
Uma imagem em ambos os lados
|
2
|
2 a 3
|
autocorretivo
|
Objetos ou cenas simples em um ou ambos os lados
| |
1
|
1 a 2
|
reto
|
A
gradação de uso dos encaixes figurativos tipo quebra-cabeças verticais
depende da análise dos seguintes elementos que o configuram: números de
eixos, números de cortes, tipo e numero de imagens.
Idade
|
Número de eixos
|
Número de cortes
|
Tipos de cortes
|
Tipo e número de imagens
|
4 a 5 anos
|
1
|
2 a 3
|
retos
|
Objetos ou cenas em ambos os lados
|
2
|
3 a 4
|
retos
| ||
5 anos em diante
|
3
|
5 a 6
|
retos
|
Objetos ou cenas com detalhes em ambos os lados
|
Os
encaixes planos podem ser utilizados com crianças de três, quatro e
cinco anos. O fato de ser um material autocorretivo possibilita o seu
uso antes dos outros materiais representativos nos quais a forma aparece
desenhada em duas dimensões, como os lotos e dominós.
A gradação é estabelecida tendo em vista:
- A quantidade de contornos da figura.
- A quantidade de partes em que a figura é dividida.
Idade
|
Quantidade de figuras
|
Contorno
|
Corte
|
3 anos
|
1 a 3
|
Simples
|
Sem cortes, até 3 cortes lógicos no total
|
4 anos
|
Até 5
|
Simples
|
Sem cortes
|
1 a 4
|
Simples
|
Até 9 cortes lógicos no total
| |
5 anos
|
Até 10
|
Simples
|
Sem cortes
|
Mais de 10
|
Mais complexo
|
Com até 16 cortes lógicos
|
Os quebra-cabeças
Os
quebra-cabeças são jogos que desenvolvem fundamentalmente, mediante
exercícios manuais de coordenação viso-motora, a capacidade de análise e
síntese por meio de sucessivas desintegrações e integrações do “todo” e
suas partes.
A criança pode ser iniciada neste jogo a partir dos três anos.
A gradação de seu uso está determinada pela análise dos seguintes elementos:
1. qualidade e quantidade das figuras que compõem a imagem total da prancha.
2. qualidade e quantidade dos cortes nos quais está dividida a imagem total dos quebra-cabeças.
Quanto à qualidade e quantidade de figuras, sugerimos a seguinte progressão:
Idade
|
Quantidade
|
Qualidade
|
3 anos
|
1
|
Figura grande, que represente um ser ou objeto familiar à criança
|
3 anos e meio a 4 anos
|
2 a 4
|
Figuras integradas em cenas simples, pertencentes ao mundo de experiências da criança
|
4 a 5 anos
|
2 a 4
|
Figuras geométricas com alguma abstração
|
5 anos em diante
|
Várias
|
Cenas complexas com elementos que guiem a recomposição, tal como a cor, a linha, etc...
|
Os Lotos
Os
lotos são jogos para desenvolver a atenção e mobilizar diferentes
componentes da atividade mental, segundo os mecanismos que intervêm na
organização das respostas:
1. Os lotos de igualdade promovem a observação e a capacidade discriminativa;
2. Os
lotos de integração parte-todo desenvolvem o poder de análise e
síntese, por intermédio da dissociação e recomposição dos elementos que
compõem o todo;
3. Os lotos de relações promovem a associação de diferentes esquemas perceptomotores estimulando a integração dos mesmos.
As crianças podem jogar com lotos, de maneira individual, a partir de três anos e meio.
A quantidade de divisões da prancha é um dos indicadores que determina os níveis de adequação:
- 3 anos e meio a 4 anos - 4 a 6 divisões.
- 4 a 5 anos - 6 a 8 divisões.
- 5 a 6 anos - 8 ou mais, segundo o tipo de exercitação.
Apesar
de termos assinalado os três anos e meio como a idade propriamente
adequada para se dar inicio ao trabalho com os lotos, convém destacar
que os lotos devem ser apresentados à criança depois da manipulação de
jogos tridimensionais (cubos, plantados, encaixes), assim como depois
dos encaixes planos que, por serem autocorretivos, são mais simples de
manejar e preparam a criança para o uso de materiais menos estruturados.
Dos
três tipos de lotos mencionados, sugerimos iniciar pelos de igualdade,
pois eles respondem à tendência sincrética e globalizadora do pensamento
préconceitual do período pré-operatório e oferecem modelos que
constituem a base para observar, comparar, estabelecer semelhanças e
diferenças.
Os
lotos de integração parte-todo poderão ser utilizados a partir dos
quatro anos e meio, pois apresentam alguma dificuldade em função da
irreversibilidade do pensamento nesta fase, mas, por sua vez, já são
melhor assimilados por que a função semiótica mais desenvolvida já lhes
possibilita lidar com elementos que simbolizam o todo.
Os
lotos de relações podem ser utilizados quando a criança já possui
reversibilidade ao menos articulada. Aconselhamos iniciar pelos lotos
que estabelecem relações vinculadas às características perceptivas dos
objetos. Em seguida, serão trabalhadas relações mais complexas,
vinculadas a situações onde intervêm outros componentes, formando
conjuntos.
Os Dominós
A gradação e utilização dos dominós é muito semelhante a dos lotos.
Podem
ser apresentados às crianças a partir de três anos e meio, iniciando-se
pelos de igualdade. Entre os quatro e quatro anos e meio podem ser
oferecidos os mais simples de integração parte-todo para, finalmente,
por volta dos cinco anos trabalharmos os dominós de relações, dentre os
quais devemos seguir a mesma ordem:
- relação de objetos e formas;
- relação de objetos e cores;
- relação de conjunto, pertinência, casualidade etc...
Quanto
ao modo de utilização, aconselhamos que sejam jogados inicialmente de
maneira individual, em versões simples, e, a partir dos cinco anos, como
jogo coletivo, em versões mais complexas, com regras.
Jogos de Pareamento
Como
a ação de parear é baseada na percepção de semelhanças e diferenças,
estes jogos podem ser utilizados com crianças a partir de quatro anos de
idade, quando geralmente são capazes deste tipo de percepção. A escolha
do material deve levar em consideração o tipo de figura e a relação do
pareamento. As relações de igualdade ou identidade de formas e cores são
as mais simples para crianças pequenas e podem ser seguidas por outras
mais complexas tais como: integração parte/todo, análise/síntese, etc.
Os jogos de “memória”
Estes
jogos, de estrutura mais complexa porque possuem regras a serem
seguidas, devem ser iniciados em tomo de cinco anos. Antes desta idade
sugerimos que sejam jogados apenas como exercício individual de
pareamento, a princípio com dez peças e com figuras simples e únicas em
cada peça.
O
que irá importar na sua aplicação será o tipo de figura utilizada e a
sua quantidade. Figuras muito complexas, com muitas características, são
mais difíceis de serem memorizadas do que figuras simples, com poucas
características. Peças com uma única figura são indicadas para crianças
com menos idade, antes dos cinco anos. A partir daí podem ser incluídas
peças com mais figuras, paulatinamente. O mesmo ocorre em relação ao
número de peças, que nos jogos indicados para os pequenos devem ser em
número de dez e a partir desta idade podem ser ampliadas.
Jogos de construção
Os
jogos de construção agradam às crianças desde muito cedo, como já foi
dito anteriormente. A princípio elas não percebem que o material
possibilita a criação de um “produto” e se comprazem em utilizar os
jogos de construção como exercício de empilhar/derrubar.
A
partir de 5 anos, começam a se interessar por outros aspectos contidos
nas peças, tais como ilustrações, cores, etc.. e percebem que com
aqueles materiais podem “construir” algo. O papel do adulto como
mediador, dirigindo a observação da criança por meio de perguntas que a
levem a pensar, analisar e inferir a respeito das características do
material, possibilita descobertas que organizam a mente infantil e abrem
espaços para sua criatividade.
Os
jogos de construção por superposição de peças são os mais indicados
para as crianças menores, porque como não possuem encaixes, permitem a
ação de montar, derrubar, típica desta fase.
Em
torno de 4 anos e meio a 5 anos as crianças passam a se interessar
pelos jogos de construção com encaixe de peças, como o lego.
Os jogos de construção podem ser usados nas seguintes modalidades:
1. como jogo de exercício, com crianças a partir de 12 meses;
2. como jogo simbólico, com crianças a partir de 4 anos;
3. como jogo de regras, com crianças a partir de 5, 6 anos.
Neste
último caso não se oferece um modelo à criança e isso vai exigir, além
da atenção, outros fatores, de estimulação psicomotora tais como a
memória visual e a capacidade de análise e síntese. O que vai determinar
ou não a utilização de modelos é o objetivo do trabalho de estimulação
que se pretende realizar e a idade da criança.
Jogos de Punção
Os
jogos de punção exigem um domínio de movimentos que crianças muito
pequenas não possuem. Por isso sugerimos que sejam iniciados em torno de
5 anos, 5 anos e meio, quando as habilidades requeridas para a
aprendizagem da leitura e da escrita precisam ser desenvolvidas.
Antes
desta idade existem atividades que desenvolvem a coordenação digital e
que devem ser realizadas com os pequenos: fazer bolinhas com os dedos
usando papel picado. O melhor material para este exercício é o papel de
seda.
Nos
jogos de punção quanto menor a peça, mais difícil se torna segurá-la
com o polegar e indicador em oposição. Por isso, sugerimos que os
primeiros materiais sejam muito bem selecionados a fim de não afastar a
criança desta atividade tão importante para seu aprendizado futuro.
Alinhavos
Alinhavar
não é uma tarefa fácil para uma criança antes dos 5 anos de idade.
Exige bom desenvolvimento da direcionalidade, integração dos movimentos
das mãos e concentração. Os primeiros alinhavos devem conter elementos
figurativos, grandes, sem ângulos, constituídos apenas por linhas retas,
paralelas ou não. Os primeiros ângulos devem ser retos, para facilitar o
trabalho da criança. Figuras com linhas curvas e ângulos, devem ser
introduzidas aos poucos.
Tramas
As
tramas são outro tipo de material para estimulação psicomotora
contra-indicado para crianças pequenas, antes dos 5 anos, porque sua
execução pressupõe a introjeção de regras, o que não é concebido antes
da entrada no sub-período intuitivo do período operatório concreto, de
acordo com a teoria piagetiana.
Devem
ser introduzidas inicialmente tramas simples, em duas cores. A partir
do domínio da técnica e alcance dos objetivos relacionados à atenção e
concentração, são oferecidas tramas duplas ou triplas, envolvendo mais
de uma cor, trabalhando simultaneamente a noção de ordem. Os aspectos
estéticos devem ser sempre ressaltados, a fim de desenvolver na criança
este sentido.
Enfiagens
O
trabalho psicomotor com enfiagens pode ser iniciado a partir de 3 anos e
meio, 4 anos, se for utilizado como mero jogo de exercício, sem que a
criança tenha que seguir determinada ordem ou seqüência. Será valioso no
desenvolvimento da direcionalidade a auxiliará na definição da
lateralidade se o adulto estiver atento para que a criança inicie e
termine o trabalho com a mesma mão (direita ou esquerda, tanto faz). A
mediação pode incluir ainda a nomeação das cores, das formas, de maneira
a trabalhar a constância destas percepções.
A
partir de 5 anos, podem ser trabalhadas enfiagens com regras de
ordenação de formas , cores, tamanhos, dependendo do material disponível
e da necessidade de estimulação de cada criança.
Dica
Insistir
para que a criança utilize durante a ação a mesma mão, evitando que
mude de uma para outra durante a atividade, permite que ela assimile com
qual dos lados do corpo (direito ou esquerdo) tem maior habilidade e
leva-a a definir, desta forma, sua lateralidade.
Dobraduras
Desde
os 2 anos as crianças podem fazer dobraduras. Antes de apresentá-las a
essa arte, porém, sugira atividades que agucem sua criatividade.Elas
podem, por exemplo, descobrir as características de diferentes papéis
(sulfite, cartolina, celofane, papelão). Devem ser incentivadas a
manuseá-los amassando as folhas. Outro exercício interessante é comparar
sons produzidos por papéis com diferentes sons do ambiente. Se
sacudirem um jornal, as crianças perceberão um barulho parecido com o da
chuva. Depois dessa iniciação, pode lhes ser pedido que dobrem uma
folha de papel ao meio e solicitadas a pensar se a figura formada se
parece com um avião ou com um guarda-chuva, por exemplo, sem inibir a
imaginação de outros objetos.
O
origami é ótimo para estimular a criança a mergulhar no mundo
imaginário. Pode ser utilizado como técnica para ilustrar histórias
infantis. Crianças a partir de 3 anos participam mais da atividade
montando suas próprias figuras enquanto ouvem a história. Inicialmente
deverão dobrar papéis na horizontal e na vertical. As primeiras
dobraduras devem ser na horizontal. Quando adquirir certa facilidade
deve passar a dobrar na vertical. Depois devem ser dadas as dobraduras
na horizontal e na vertical, concomitantemente.
Aos
3 anos e meio a 4 anos a criança é capaz de fazer dobraduras na
horizontal, vertical e oblíqua, desde que não sejam muito complexas.
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