segunda-feira, 11 de março de 2013

Diagnóstico Psicopedagógico

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Você irá encontrar nesta página tudo que você precisar para fazer um atendimento psciopedagógico clinico ou institucional.
O que é o Diagnóstico Psicopedagógico?




O diagnóstico psicopedagógico é, sem dúvida o ponto de partida para uma tentativa de compreensão das dificuldades de aprendizagem.
A tarefa diagnóstica, tanto em nível institucional quanto clínico, é, indispensável ao psicopedagogo, pois o auxiliará na tomada de decisões. Constitui, na verdade, um processo, um contínuo sempre revisável, pois a investigação das causas das dificuldades prossegue durante todo o trabalho de intervenção.
A realização do diagnóstico varia entre os profissionais, dependendo da postura teórica da cada um.
Para a realização do diagnóstico psicopedagógico o profissional, de um modo geral, desenvolve as seguintes atividades:
- anamnese( reconstrução da história de vida da criança);
- análise do material escolar desde a pré- escola;
- contato com a escola( direto ou através de questionário);
- observação do desempenho em situação de aprendizagem;
- aplicação de testes psicopedagógicos específicos;
- solicitação de exames complementares( psicológicos, neurológicos, oftalmológico, audiométrico, etc.) dependendo do caso.
O conhecimento da etiologia é fundamental, não somente para  determinação de prioridades de tratamento e para a escolha de metodologias específicas, mas, especialmente, para o planejamento de soluções preventivas e/ou de caráter social mais amplo.( Kiguel,1990). By Lully.
fonte:http://aprendizagemafetiva.blogspot.com.br/2012/10/o-diagnostico-psicopedagogico.html

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Diagnóstico Psicopedagógico Clínico



Michele May¹
O diagnóstico psicopedagógico busca identificar as causas do sintoma da não-aprendizagem e seu significado; reconstruir a história pessoal do sujeito, identificando possíveis fraturas do desenvolvimento; identifica a modalidade de aprendizagem do sujeito nos níveis epistêmico e do desejo; realiza o diagnóstico operatório e representações conceituais através do jogo e da representação simbólica.
O diagnóstico contempla as seguintes fases: motivo da consulta (enquadre com a família); enquadre com o paciente e sessão lúdica; hora do jogo; história vital; visita à escola para entrevista com a professora; provas projetivas de Jorge Visca, provas operatórias de Jean Piaget, avaliação corporal, jogo; avaliação da lecto-escrita e  avaliação matemática (intercalando as sessões e fazendo uso de diferentes instrumentos); devolução para o paciente; devolução para a família; devolução para a escola. Lembro que não existe uma sequência fixa para os passos do diagnóstico, tudo vai depender do vínculo e das necessidades do paciente. Entretanto, é importante lembrar que deve-se analisar os dados coletados e considerá-los sempre contextualizados, nunca de maneira isolada.
Após a conclusão do diagnóstico psicopedagógico, é criado o plano de intervenção, que é a organização da ação e de um espaço que favoreça a reconstrução dos aspectos cognitivos do sujeito e de seu vínculo com a aprendizagem, através da brincadeira, do jogo, do desenho e da busca prazerosa pelo aprender.
REFERÊNCIAS E SUGESTÕES:
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1991.
__________________. Os idiomas do aprendente: análise das modalidades ensinantes com famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre, RS: Artmed, 2001.
PAÍN, Sara. A Funçao da ignorância. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1991.
_________. Subjetividade e objetividade: relações entre desejo e conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009
WADSWORTH, Barry J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget: fundamentos do construtivismo. 5. ed., rev. São Paulo, SP: Pioneira, 2000.
 
PRIMEIRA SESSÃO DIAGNÓSTICA
Autora: Ana Michelle da R.C. Moura
O primeiro encontro sempre gera ansiedade em ambas as partes, terapeuta e paciente (família). A definição da forma da primeira entrevista vai depender do primeiro contato com a queixa que geralmente é feita por telefone.
A primeira entrevista deves ser feita com os pais caso o paciente:
« Já teve ou tem tratamento com outros profissionais como psicólogo, neurologista, fonoaudiólogo, psiquiatra, etc.
« Quando há duvida sobre diagnóstico anterior;
« Quando há discordância entre pais e escolas;
« Quando pais separados estão em atrito;
« Desvio muito grande entre idade cronológica e idade escolar;
Entrevista Familiar Exploratória Situacional – EFES é uma entrevista realizada com a criança e a família pode ser realizada primeiramente objetivando compreender:
« A queixa nas dimensões familiares;
« As relações e expectativas familiares com relação à aprendizagem e terapeuta;
« A aceitação e engajamento da família no diagnóstico;
« Realização do contrato;
« Esclarecer o que é um diagnóstico psicopedagógico;
« Criação de um clima de segurança.
É muito importante o registro fiel dessa entrevista, pois ao longo do processo diagnóstico fatos omitidos ou esquecidos podem ser acrescentados posteriormente o que modificara também a construção de hipóteses que variam ao longo do processo diagnóstico. Os dados colhidos na EFES devem ser comparados com os materiais colhidos durante o diagnóstico.
A presença doa pais na primeira entrevista juntamente com a criança somado a um ambiente atrativo (lúdico) facilitará o retorno da criança ao terapeuta contribuindo para que ela fique a sós com o mesmo.
É importante que a primeira entrevista com adolescente eja junto com os pais pois isso permitirá que o mesmo exponha sua dificuldade em nível de igualdade com os pais e terapeuta. A presença do terapeuta possibilita autonomia ao adolescente. Em alguns casos não se torna necessário dar continuidade ao diagnóstico, pois nessa entrevista pais e adolescente entram em consenso para a solução da queixa.
A EFES e desnecessária em alguns casos quando o paciente que procura o atendimento é um adolescente ou adulto. Com adolescentes, após a conversa inicial o terapeuta deve lançar desafios se ele não se dispuser a conversar espontaneamente, mas se o paciente é colaborador deixa em aberto algumas atividades com a utilização de jogos, sem forçar a sua participação. Nunca se deve propor problemas matemáticos o tarefas escolares, pois o que levou o paciente procurar a terapia foi uma dificuldade escolar e ele não vai querer deixar evidente o seu “ponto fraco”.

Outro tipo de entrevista que pode ser utilizada na primeira sessão diagnóstica é a Entrevista Centrada na Aprendizagem – EOCA. As propostas da EOCA variam de acordo com a idade e escolaridade do paciente. Os materiais utilizados para criança são: folhas de papel tipo oficio, papel paltado, folhas coloridas, lápis preto novo sem ponta, apontador, borracha, régua, caneta esferográfica, tesoura, cola, pedaços de papel lustroso, livros, revistas.



Deve-se deixar a criança produzir livremente durante essa sessão. É necessário observar três aspectos: a temática, a dinâmica e o produto feito pelo paciente, e partindo dessas observações constrói-se o primeiro sistema de hipóteses para continuar o diagnostico.
Para o adolescente a cessão é semelhante a da situação anterior, basta somente adequar às atividades ao nível de desenvolvimento cognitivo formal.
Além da EFES e EOCA existem outras opções para a realização da primeira sessão diagnóstica podemos citar:
« Entrevistas de motivo de consulta
« Entrevista de anamnese
« Entrevista Familiar DIFAJ (Alicia Fernandez)

O importante é obter informações que auxiliem na compreensão do paciente cógnita, afetivo-social, e pedagogicamente. Para a construção de hipóteses que nortearão a seqüência diagnostica e as instrumentos a serem usados.

REFERÊCIA:
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica – Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 13 ed. Ver. E aml: RJ Lamparina.2003.

A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA
A hora do jogo diagnóstica é um instrumento utilizado no processo psicodiagnóstico que objetiva conhecer a realidade do paciente quando este é uma criança. Pois a atividade lúdica é para a criança um meio de comunicação semelhante à expressão verbal nos adultos.
Existe uma diferença entre a hora do jogo diagnóstica e a hora do jogo terapêutica. A diagnóstica tem começo, desenvolvimento e fim em si mesmo, objetivando conhecer o problema e suas possíveis causas. A terapêutica é contínua e existem modificações estruturais advindas da intervenção do terapeuta.
A hora do jogo diagnóstica é precedida das entrevistas realizadas com os pais e no primeiro contato com a criança e preciso dar instruções da sessão de forma clara.
Cada hora do jogo diagnóstica é uma experiência nova que deve ser realizado em um ambiente espaçoso, que possibilite uma boa movimentação, deve ter pouca mobília e de preferência com piso e paredes laváveis. Deve ser permitida a brincadeira com água e materiais diversos. Esses materias podem estar em cima de uma mesa e parte dentro de uma caixa aberta, não devem estar organizados em agrupamentos de classes. Os brinquedos não devem ser escolhidos aleatoriamente, mas em função das respostas específicas que provocam. Outro ponto importante é a quantidade que não deve ser exagerada.
Os materiais devem ser de qualidade para evitar estragos. Deve se evitar também os que possam colocar em risco a integridade física do psicólogo e paciente.
Quando a criança entra no consultório deve ser instruída de forma clara a respeito dos papeis, do tempo, do material que pode ser usado e sobre os objetivos esperados.
O psicólogo deve desempenhar um papel passivo. Caso a criança solicite a sua participação ele deve desempenhar um papel complementar. É importante o estabelecimento de limites caso o paciente fuja as instruções dadas ou se coloque em perigo.
O psicopedagogo deve proporcionar condições para que a criança brinque da forma mais espontânea possível. O objetivo é observar, compreendendo e cooperando com a criança.
Para a análise da hora do jogo diagnóstica não existe uma padronização, mas pautas oferecidas com critérios sistematizados e coerentes que orientam a análise. Devem-se considerar os indicadores mais importantes para o diagnóstico e prognóstico, por exemplo:

  1. Escolha de brinquedos e de brincadeiras: O tipo de brinquedo escolhido, o tipo de jogo, se tem começo, meio e fim, se é organizado e coerente e se corresponde ao estágio de desenvolvimento cognitivo em que a criança se encontra.
  2. Modalidade das brincadeiras: cada sujeito organiza a sua maneira de brincar de acordo com a modalidade que o seu ego escolhe para essa manifestação simbólica. Destaca-se entre as modalidades de brincadeiras a plasticidade, rigidez e estereotipia e perseverança.
  3. Personificação: é a capacidade que a criança tem de assumir e atribuir papeis de forma dramática. Essa capacidade deve ser analisada levando em consideração a forma de personificação própria a cada estágio de desenvolvimento cognitivo, lembrando que a passagem de um período para o outro não se realiza de forma linear nem brusca, mas com sucessivas progressões e regressões.
  4. Motricidade: observa-se a adequação motora da criança na etapa de evolução que atravessa focando nos indicadores de deslocamento geográfico, possibilidade de encaixe, preensão e manejo, alternância de membros, lateralidade, movimentos voluntários e involuntários, movimentos bizarros, ritmo de movimento, hipersinesia, hipocinesia e ductibilidade.
  5. Criatividade: Observar a capacidade de unir ou relacionar elementos em um novo e diferente.
  6. Tolerância à frustração. Como a criança reage em tolerar ou se frustrar em determinados momentos.
  7. Capacidade simbólica: podemos avaliar a riqueza expressiva, a capacidade intelectual e a qualidade do conflito.
  8. Adequação a realidade: devemos observar como a criança age em ter que se desprender da mãe. Se age de acordo com sua idade, como compreende e aceita as instruções. Deve-se observar a aceitação ou não do enquadramento espaço-temporal e a possibilidade de se colocar em seu papel e aceitar o papel do outro.
O brincar da criança psicótica A criança necessita de adequação a realidade por falta de discernimento da realidade como se apresenta. Escolhe os brinquedos e brincadeiras com base em sua estrutura psicótica. No psicótico, significante e significado são a mesma coisa, sua brincadeiras são estereotipadas ou rígidas. Possui movimentos bizarros e desrelacionadas ao contexto. Não existe capacidade de imaginação, mas fantasias. Os seus personagens são cruéis e com grande carga de onipotência e sua tolerância à frustração é mínima.

O brincar da criança neurótica A criança neurótica tem uma adequação parcial à realidade e escolhe seus brinquedos e brincadeiras pela sua área de conflito. A capacidade de criatividade é diminuída dependendo do seu grau de síntese egoítica, brinca com personagens mais próximos a realidade, mas com rigidez na atribuição de papeis sua modalidade de brincadeira se alterna em função das defesas do ego predominantes. Sua motricidade é variável.

O brincar da criança normal A criança normal tem uma boa capacidade de se adaptar a realidade e escolhe suas brincadeiras de acordo com as funções e interesses de sua idade, expressa suas fantasias através de uma atividade simbólica com maior riqueza. Possui uma motricidade adequada ao seu desenvolvimento cognitivo. A criança dá livre curso à fantasia, atribuindo e assumindo diferentes papeis na situação de vínculo com o psicólogo aumentando assim a capacidade de comunicação.

Referência:

SIQUEIRA, de Ocampo Maria Luísa (orgs) “Processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas”. 9ª Ed. São Paulo. Martins Fontes. 1999(Psicologia e Pedagogia)

ROTEIRO  para avaliação e diagnóstico psicopedagógico
1)   Entrevista inicial ( Sara Paim- Motivo da Consulta – slides) – SAMPAIO – CHAMAT) - Slides
2)   Hora do jogo – Sara Paim (slides), CHAMAT – Alícia Fernandes
3)   Sessão EOCA com o sujeito ( Entrevista Centrada na Aprendizagem) – modalidade diferenciada da hora do jogo – slides SAMPAIO -  CHAMAT
4)   Provas Projetivas ( ver slides  e ver nos livros JORGE VISCA,  SAMPAIO E CHAMAT)
4.1 Pareja Educativa
4.2 Par Educativo Familiar
4.3 Desenho da família
4.4 Desenho da figura humana
4.5 Desenho Livre
4.6 O “Eu ideal e real”
4.7 Situação agradável e desagradável
       5) Provas Operatórias ( Piaget) - SAMPAIO
              5.1Pequenos conjuntos discretos de elementos
              5.2 Superfície
              5.3 Líquido
              5.4 Matéria
              5.5 Peso
              5.6 Volume
              5.7 Comprimento
              5.8 Seleção e classificação
      6) História Vital ( Sara Paim, SAMPAIO, CHAMAT)
      7) Provas pedagógicas – outros testes – SAMPAIO
             7.1 Caderno
             7.2 Leitura silenciosa e oral
             7.3 Escrita – atividades com pequenos textos
             7.4 Cálculo
             7.5 Sequência lógica
             7.6 Consciência fonológica ( Sônia Moojen)
       8) OBSERVAÇÃO NA ESCOLA – Eulália BASSEDAS
       9) CORPO – SAMPAIO e todo material da outra disciplina que tiveram sobre o corpo.
            8.1 Coordenação motora fina; viso-motora; lateralidade
            8.2 Esquema corporal
            8.3 Orientação temporal
            8.4 Orientação espacial
       9) JOGOS-  LINO DE MACEDO ( slides) e TÂNA MARA GRASSI ( oficinas psicopedagógicas)
     10) DSM-IV para avaliar TDAH – SAMPAIO – Luís Augusto Rohde Atenção Hiperatividade. O que é? Como ajudar? Artmed
     11) Devolução oral e escrita – ver em SAMPAIO
REFERÊNCIAS:
BASSEDAS, Eulália. Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. Porto Alegre: Artmed, 2000.
 CHAMAT, Técnicas de diagnóstico psicopedagógico: o diagnóstico clínico. na abordagem interacionista. São Paulo: Vetor, 2004.
GRASSI, Tânia Mara. Oficinas psicopedagógicas. Curitiba: IBPEX, 2008.
MACEDO, Lino. Quatro cores, senha e dominó. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.
PAIM, Sara. Diagnóstico dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1992
ROHDE, Luís A. Transtorno de déficit de atenção, hiperatividade: o que é, como ajudar? Porto Alegre: Artmed, 1999.
SAMPAIO, , Simaia. Manual  prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. Rio de Janeiro: WAK, 2010.
VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas.
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A Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA) é um instrumento inspirado na psicologia social de Pichon-Rivière, nos postulados da psicanálise e no método clínico da escola de Genebra foi idealizado por Jorge Visca e é um instrumento de uso simples que avalia em uma entrevista a aprendizagem. (BOSSA, 2007.p.46)
Uma forma de primeira sessão diagnóstica é proposta por Jorge Visca (1987, p. 72) através da Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem – EOCA, ao dizer:

“Em todo momento, a intenção é permitir ao sujeito construir a entrevista de maneira espontânea, porém dirigida de forma experimental. Interessa observar seus conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismos de defesas, ansiedades, áreas expressão da conduta, níveis de operatividade, mobilidade horizontal e vertical etc”. (Weiss apud Visca, 2007, p. 57).

As propostas a serem feitas na E.O.C.A, assim como o material a ser usado, vão variar de acordo com a idade e a escolaridade do paciente. O material comumente usado para criança é composto numa caixa a onde o paciente encontrará vários objetos, sendo alguns deles relacionados à aprendizagem, tais como, cola, tesoura, papel sulfite branco e colorido, papel crepom e seda, coleção, cola colorida, livros de leituras, revistas para recorte e colagem e diversos outros materiais.
O objetivo da caixa é dar ao paciente a oportunidade de explorá-la enquanto o psicopedagogo o observa, nesse momento serão observados alguns aspectos da criança como: a sua reação, organização, apropriação, imaginação, criatividade, preparação, regras utilizadas, etc.
De um modo geral, usam-se propostas do tipo: “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu”, “Esse material é para que você o use como quiser”, “Você já me mostrou como lê e desenha, agora eu gostaria que você me mostrasse outra coisa”.
Durante a realização da sessão, é necessário observar três aspectos:
  • A temática, que envolverá o significado do conteúdo das atividades em seu aspecto manifesto e late
  • A dinâmica, que é expressa através da postura corporal, gestos, tom de voz, modo de sentar, e manipular os objetos etc.;
  • O produto feito pelo paciente, que será a escrita, o desenho, as contas, a leitura etc., permitindo assim uma primeira avaliação do nível pedagógico.
    A partir da análise desses três aspectos, o autor propõe que se trace o primeiro sistema de hipóteses para continuação do diagnóstico.

REFERÊCIA:WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica – Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 13 ed. Ver. E aml: RJ Lamparina.2003.

MODELO 
EOCA - ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM
Nome:___________________________________________________________________
Idade____________________________________________________________________
Gostaria que você mostrasse o que sabe fazer, o que te ensinaram e o que aprendeu...
Escolaridade do aluno: ______________________________________________________
Alguma repetência? ( ) sim ( ) não Qual?__________________________________
Disciplina favorita? _________________________________________________________
Por quê ?_________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Desde quando?____________________________________________________________
Disciplina de que não gosta?_________________________________________________
Por quê?_________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Desde quando?____________________________________________________________
Disciplina(s) indiferente(s)____________________________________________________
Sempre foram essas? ( ) sim ( ) não
Por quê?_________________________________________________________________
O que deseja fazer quando crescer?___________________________________________
Por quê?_________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Como foi sua entrada na escola atual?__________________________________________
_________________________________________________________________________
Teve outras? ( ) sim ( ) não Como foi?_____________________________________
_________________________________________________________________________
Você sabe por que está aqui comigo hoje? ( ) sim ( ) não
O que achou da idéia?______________________________________________________
Você quer estar aqui ou veio porque sua mãe, o colégio ou o seu professor o obrigou?
_________________________________________________________________________
Eles têm razão? ( ) sim ( ) não
Se pudesse e tivesse que fazer algo para um aluno que se parecesse com você em sala
de aula, o que aconselharia, a fazerem:
Aos pais:_________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Aos professores:___________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Você gosta de:
Use este material, se precisar para mostrar-me o que você sabe a respeito do que sabe
fazer, do que lhe ensinaram e o que aprendeu. Desenhe, escreva, faça alguma coisa que
lhe venha à cabeça.
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO
Marque as questões observadas
Em relação à temática:
( ) fala muito durante todo o tempo da sessão
( ) fala pouco durante todo o tempo da sessão
( ) verbaliza bem as palavras
( ) expressa com facilidade
( ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente
( ) fala de suas idéias, vontades e desejos
( ) mostra-se retraído para se expor
( ) sua fala tem lógica e sequência de fatos
( ) parece viver num mundo de fantasias
( ) tem consciência do que é real e do que é imaginário
( ) conversa com o terapeuta sem constrangimento
Observação:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Em relação à dinâmica (consiste em tudo que o cliente faz)
( ) o tom de voz é baixo
( ) o tom de voz é alto
( ) sabe usar o tom de voz adequadamente
( ) gesticula muito para falar
( ) não consegue ficar assentado
( ) tem atenção e concentração
( ) anda o tempo todo
( ) muda de lugar e troca de materiais constantemente
( ) pensa antes de criar ou montar algo
( ) apresenta baixa tolerância à frustração
( ) diante de dificuldades desiste fácil
( ) tem persistência e paciência
( ) realiza as atividades com capricho
( ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais
( ) sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um
( ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los
( ) não guarda o material que usou
( ) apresenta iniciativa
( ) ocupa todo o espaço disponível
( ) possui boa postura corporal
( ) deixa cair objetos que pega
( ) faz brincadeiras simbólicas
( ) expressa sentimentos nas brincadeiras
( ) leitura adequada à escolaridade
( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos
( ) escrita adequada à escolar
Observação:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Em relação ao produto (é o que o sujeito deixa registrado no papel)
( ) desenha e depois escreve
( ) escreve primeiro e depois desenha
( ) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão
( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita
( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta
( ) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar
( ) demonstra insatisfação com os seus feitos
( ) sente-se capaz para executar o que foi proposto
( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto
( ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado
( ) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar criar’
( ) fica preso no papel e lápis
( ) executa a atividade com tranqüilidade
( ) demonstra agressividade de alguma forma em seus desenhos e suas criações
ou no comportamento
( ) é criativo(a)
Observação:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
EOCA - ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM
Conclusão:
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
DATA
ASSINATURA DO PSICOPEDAGOGO
MODELO Nº 02
EOCA ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO
NOME:__________________________________________________DATA:__________
Marque as questões observadas em relação à temática:
( ) fala muito durante todo o tempo da sessão
( ) fala pouco durante todo o tempo da sessão
( ) verbaliza bem as palavras
( ) expressa com facilidade
( ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente
( ) fala de suas idéias, vontades e desejos
( ) mostra-se retraído para se expor
( ) sua fala tem lógica e sequência de fatos
( ) parece viver num mundo de fantasias
( ) tem consciência do que é real e do que é imaginário
( ) conversa com o terapeuta sem constrangimento
Observação:
Em relação à dinâmica(consiste em tudo que o cliente faz)
( ) o tom de voz é baixo
( ) o tom de voz é alto
( ) sabe usar o tom de voz adequadamente
( ) gesticula muito para falar
( ) não consegue ficar assentado
( ) tem atenção e concentração
( ) anda o tempo todo
( ) muda de lugar e troca de materiais constantemente
( ) pensa antes de criar ou montar algo
( ) apresenta baixa tolerância à frustração
( ) diante de dificuldades desiste fácil
( ) tem persistência e paciência
( ) realiza as atividades com capricho
( ) mostra-se desorganizado e descuidado
( ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais
( ) sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um
( ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los
( ) não guarda o material que usou
( ) apresenta iniciativa
( ) ocupa todo o espaço disponível
( ) possui boa postura corporal
( ) deixa cair objetos que pega
( ) faz brincadeiras simbólicas
( ) expressa sentimentos nas brincadeiras
( ) leitura adequada à escolaridade
( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos
( ) escrita adequada à escolar
Observação:
Em relação ao produto(é o que o sujeito deixa registrado no papel)
( ) desenha e depois escreve
( ) escreve primeiro e depois desenha
( ) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão
( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita
( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta
( ) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar
( ) demonstra insatisfação com os seus feitos
( ) sente-se capaz para executar o que foi proposto
( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto
( ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado
( ) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar criar’
( ) fica preso no papel e lápis
( ) executa a atividade com tranqüilidade
( ) demonstra agressividade de alguma forma em seus desenhos e suas criações
ou no comportamento
( ) é criativo(a)
Observação:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Conclusão:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Provas Projetivas
Autora Ana Michelle da R.C.Moura.

Os testes projetivos são instrumentos utilizados com a finalidade de proporcionar um meio concreto para que as crianças projetem conteúdos que estão presentes em seu inconsciente. Com objetivo de identificar a modalidade de aprendizagem do paciente e é isso que difere os testes projetivos utilizados pelos psicopedagogos dos usados por psicólogos e psiquiatras, pois esses objetivam investigar a personalidade do paciente.

A utilização dos testes projetivos não dá conta de identificar a modalidade de aprendizagem ou os problemas que impedem que essa aconteça, mas ajuda no levantamento de hipóteses que unidas aos outros conjuntos de hipóteses formados ao longo do processo avaliativo poderão esclarecer as dificuldades apresentadas pelo paciente. “Nos testes projetivos estarão sendo analisado não o produto final, mas também o processo, a maneira como aconteceu esta produção”. (ANDRADE, 1998, p.77)

Apesar do interesse do teste projetivo ser a identificação da dificuldade de aprendizagem, o mesmo, se utiliza de diversos temas (Família, escola, figura humana, etc.), pois são vários os fatores que podem interferir na aprendizagem e temos o dever de analisar esse fator, que pode ser de cunho emocional, sócio-cultural, financeiro, metodológico, cognitivo, psicomotor ou neurológico. Nesse trabalho utilizamos dois testes projetivos: O Par Educativo e o da Família Prospectiva.

O teste do Par Educativo tem o objetivo de obter informações a respeito do vínculo estabelecido em relação à aprendizagem, como foi internalizado por ele o processo de aprender e como percebe aquele que ensina e o que aprende. Os dados obtidos darão condições para elaboração de hipóteses a respeito da visão do paciente de si, dos professores, de seus companheiros de classe e até mesmo da instituição educativa. Quanto ao aspecto estritamente pedagógico podemos avaliar o nível de redação, ortografia, criatividade literária, etc. Esse teste consiste em instruir o paciente para que desenhe duas pessoas: “uma que ensina e outra que aprende”. Também solicitamos ao paciente que conte ou escreva uma história relacionada ao desenho.

O teste da Família tem o objetivo de avaliar como se dá o relacionamento da família como um todo e também em suas diferentes partes. É necessário deixar claro que antes de se realizar esse teste é preciso investigar qual a visão que o paciente tem de família e como se encontra sua família, pois sabemos que nos dias atuais são muitas as variações sofridas pelas famílias que outrora eram formadas por Pai, mãe e filhos, hoje sabemos que podem ser formadas por avós, mãe e filhos; ou por Mãe e filhos; por filhos de pais separados que casaram com um novo cônjuge e assim por diante. Todas essas relações devem ser conhecidas e esclarecidas para evitar distorções na análise do teste. O procedimento do teste é o seguinte: É solicitado ao paciente que desenhe uma família e não a sua família, dessa forma liberamos o paciente tanto no nível inconsciente quanto no nível crítico para falar de sua família que pode ser representada como é na realidade ou como o paciente a idealiza. Posteriormente pedimos que de nomes a cada um dos indivíduos representados no desenho e que conte uma história sobre essa família.

Referências Bibliográficas:

ANDRADE, Marcia Siqueira de. Psicopedagogia Clínica: Manual de Aplicação Prática para Diagnóstico de Disturbio de Aprendizado. Ed. Póllus Editorial. São Paulo:1998.


BOSSA, Nádia H; OLIVEIRA, Vera Barros(orgs.) Avaliação psicopedagógica do adolescente. RJ: Vozes,1998.

Modelo Simplificado de Entrevista com o Paciente
Essa entrevista deve servir como norte de questionamentos. Não prescisa ser fechada somente a esses questionamentos, de acordo com o andamento da entrevista deve se acrescentar novas perguntas para esclarecer algum ponto que ficou obscuro, duvidoso ou implícito.
ENTREVISTA COM O SUJEITO
APRESENTAÇÃO
Nome:
Idade:
Escola:
Série:
  1. O que mais gosta de fazer na escola?
  2. O que não gosta?
  3. Você gosta de estudar? Acha que os estudos são importantes? Por quê?
  4. Você gosta de seus professores?
  5. Quando você não entende uma explicação o que você faz?
  6. Onde você senta na classe? Onde gostaria de sentar?
  7. Com quem brinca na escola?
  8. Você faz as atividades de casa? Onde você faz?Quem ajuda a realizá-la?
  9. Quais atividades escolares você acha mais difícil?
  10. Quais atividades que você mais gosta de fazer?
  11. Como é o comportamento dos alunos da sua sala?
  12. O que você faz quando não está na escola?
  13. O que você acha da sua escola?
  14. Você se considera um bom aluno?
  15. Você acha que tem alguma dificuldade em aprender?
  16. Como é a sua família?Onde mora?Com quem mora?
  17. Como você é tratado por seus pais?Pela mãe? Pelo pai? Pelos irmãos?
  18. Você tem contato com seus avós, tios, primos?
  19. Você gosta de ler?
  20. O que você quer ser quando crescer?
Obrigado pela sua presença, deixe um recadinho.

Provas operatórias
Conheça os material usados nas provas operatórias e suas modificações para aqueles que estão iniciando na psicopedagogia.
1. PROVAS DE CONSERVAÇÃO:

1.1. Conservação da quantidade de matéria
1.2. Conservação de quantidade de líquidos
1.3. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos
1.4. Conservação de superfície
1.5. Conservação de volume
1.6. Conservação de peso
1.7 Conservação de comprimento


2. PROVAS DE CLASSIFICAÇÃO:
2.1. Mudança de critério - Dicotomia
2.2. Quantificação de Inclusão de classes
2.3. Intersecção de classes


3. SERIAÇÃO3.1. Seriação de palitos


4. PROVAS OPERATÓRIAS PARA O PENSAMENTO FORMAL4.1. Combinação de fichas
4.2. Permutação de fichas
4.3. Predição


Faça download de figuras e materiais clicando na imagem abaixo:
Bibliografia:
VISCA, Jorge. El diagnostico operatorio em la practica psicopedagogica. Buenos Aires, Ag.Serv,G,. 1995.
O informe psicopedagógico
O laudo ou informe tem como finalidade resumir as conclusões a que se chegou na busca de resposta às perguntas iniciais que motivaram o diagnóstico. Esse documento deve ser entregue apenas a instituição(escola, Hospital...) que solicitou o diagnótico, não sendo necessário a entrega para os pais, a estes devemos apenas realizar a entrevista devolutiva de forma verbal.

MODELO

I- Dados pessoais:Nome
Data de nascimento
Idade (na avaliação)
Escola
Série

II- Motivo da avaliação – encaminhamento:Queixa na visão da escola e da família, caracterizar o encaminhamento.

III- Período de avaliação e números de sessões:Delimitar a época do ano letivo, extensão da avaliação, interrupções ocorridas e causas.

IV- Instrumentos utilizados:Relatar os diferentes tipos de sessões utilizadas (lúdica, anamnese, EOCA), testes e seus objetivos.

V- Análise dos resultados nas diferentes áreas:Pedagógica (leitura, escrita, cálculo), cognitiva, afetivo-social, corporal.

VI- Síntese dos resultados – hipótese diagnóstica:Faz-se uma síntese do que foi analisado no item V, estabelecendo-se a relação entre as diferentes áreas em função do motivo da avaliação. Visão global do paciente ante a questão da aprendizagem.

VII- Prognóstico:
Hipótese final sobre o estado futuro do paciente em relação ao momento do diagnóstico.

VIII- Recomendações e indicações:
Síntese das orientações dadas aos pais e à escola.

MODELO DE LAUDO PSICOPEDAGÓGICO
CRIADO POR :Raquel Romano
Original em : http://fazendoclinicas.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html
                 
Se você está gostando de nosso blog continue  navegando por todo este site.
    Muitos estudantes perguntam e colegas debatem sobre o laudo Psicopedagógico. Em minha experiência aprendi que alguns aspectos são importantes, outros são específicos do caso. Veja um laudo escrito por mim em 2010.
                  Costumo me referir ao laudo como uma "fotografia" do momento pelo qual o sujeito aprendente está passando.
Informe Psicopedagógico
I) Dados de identificação
Nome:V.
Idade: 12 anos e 6 meses
Sexo: Feminino
Escolaridade: 4ª série do Ensino Fundamental de 8 anos
Data da avaliação: ----/11/2009 a ----/01/2010
           
 II) Motivo da Procura
            A mãe da adolescente V. procurou a AvaliaçãoPsicopedagógica devido a percepção de algumas dificuldades encontradas pela mesma durante sua escolaridade, pricipalmente no que diz respeito a falta de atenção e interesse pelos estudos. V. demonstra ainda, de acordo com a mãe, uma lentidão para aprender.
Técnicas e estratégias utilizadas:
·         Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem,
·         Provas Pedagógicas,
·         Provas Piagetianas,
·         Provas Projetivas Psicopedagógicas,
·         Atividades lúdicas,
·         Análise do Material Escolar,
·         Anamnese.
III) Imagem do sujeito
            A dificuldade de V. foi percebida no início de sua alfabetização. No seu primeiro ano escolar formal já foi pontuado à família a suposta dificuldade e desde então vem sendo investigada pela mesma em diferentes especialistas.  Num primeiro momento, essa dificuldade era mais pontual no processo de aprendizagem da leitura e da escrita e poderá estar associado a essa dificuldade inicial o fato da cliente começar a falar aos 3 anos e meio e somente após entrar na escola de Educação Infantil. Atualmente a dificuldade relatada pela mãe é mais global, atingindo diferentes áreas do conhecimento.
V. fez outras diferentes avaliações entre 2006 e 2008. Incluindo: neuropsicológica, neuropediatrica, oftalmológica, psicológica e psicopedagógica, nesta ordem. Iniciou intervenção com o método PEI em meados de 2007.
            Neste processo de avaliação chegou ao consultório muito solicita e colaborou, fazendo prontamente o que lhe era pedido. Apesar de muitas vezes precisar de um estímulo para começar e/ou terminar as atividades propostas, perdendo facilmente a atenção, não depositando assim toda a energia necessária para produzir adequadamente.
Na maioria das propostas demorou para começar, tendo como consequência uma demora maior do que a esperada para terminar. Dispersou-se com facilidade e sua atenção concentrada não foi o suficiente para uma produção de qualidade.  Muitas vezes precisou de intervenção e respondeu muito bem diante de estímulos positivos.
            Afetivamente mostra um bom vínculo com a aprendizagem assistemática, interessa-se por aprender coisas diferentes, utiliza da criatividade e de iniciativa para resolver problemas cotidianos. Sente prazer em produzir e orgulha-se de suas produções. Mas esses sentimentos positivos são observados em situações onde os objetos de conhecimento não estão organizados de uma forma acadêmica.
            Os vínculos demonstrados com a aprendizagem sistemática (escolar) são negativos,  deposita no outro (professor) o conhecimento e a capacidade de aprender, afastando de si o saber. Sente-se inferiorizada, inapta para produzir de acordo com aquilo que lhe é requerido na escola.
            As provas piagetianas tem como objetivo indicar  o grau de aquisição de algumas noções importantes para o desenvolvimento cognitivo, determinando o nível de pensamento alcançado e ainda o nível de estrutura com que opera. Vitória deveria estar no último nível de desenvolvimento cognitivo, ou seja, no pensamento formal hipotético-dedudivo. Essa última etapa inicia-se na adolescência e é um alçar vôo ao pensamento, onde deveria ser capaz de resolver problemas através de diferentes situações, levantando hipóteses e formulando um pensamento na qual se expõe o que se pretende provar, estabelecer além de discutir com precisão, objetividade, sistematização, organização e flexibilidade de pensamento. Mas Vitória se encontra na fase anterior, a operatória concreta com resquícios da fase pré-operatória. 
            A fase operatória concreta tem como característica a capacidade de solucionar um problema proposto através da ação mental e a fase pré-operatória a resolução de problemas se dá através da ação física. V., em alguns momento, utiliza a operação mental e em outros precisa do material concreto para resolver os vários problemas propostos.
Diferentes provas foram aplicadas em V., começando com as apropriadas para a faixa etária cronológica, as quais não se saiu bem. Retomando cada uma das dimensões cognitivas (conservação, classificação e seriação) pode-se notar que em diferentes situações ela consegue ter sucesso quando incentivada através de estímulos positivos e mediações como a repetição da pergunta e indicativos de caminhos mentais para operar.
Os conteúdos escolares investigados foram lógica, cálculo mental, sistema de numeração decimal, algoritmo das operações, resolução de problemas, produção escrita e leitura e interpretação.  Um indicativo que se repete em todos os conteúdos é o tempo utilizado pela Vitória para começar a tarefa e terminá-la além da necessidade de constante intervenção para que consiga executar as atividades propostas.
Em diferentes situações ela se mostrou desmotivada, dispersava-se com facilidade e precisava de orientação diretiva do que e como fazer.
Em lógica teve a necessidade de repetir várias vezes o mesmo movimento do jogo para compreender e ao perder desistiu de tentar. Lê e escreve corretamente números com cinco algarismos sendo as três primeiras casas (dezena de milhar, unidade de milhar e centena) ocupadas por números maiores que 0, já em números  com as casas das dezenas e centenas ocupadas por zero não acertou. Possui poucos esquemas para calcular mentalmente, o que dificulta na execução dos algoritmos matemáticos básicos (adição, subtração, multiplicação e divisão), disse não saber resolver divisões com dois algarismos no divisor. Quando questionada como resolveu cada uma das propostas descreveu suas ações, após questionada sobre cada movimento, antes disso relatou não saber explicar o que fez.
Em linguagem, leu um texto que trouxe sobre um filme e um jogo de computador. Mesmo tendo lido mais de uma vez, ao questionada equivocou-se com os dados do texto (que era informativo). Já com o texto narrativo conseguiu estabelecer relações, compreender o sentido global do mesmo, entender a seqüência temporal linear, separar fatos principais e secundários porém não estabeleceu relação de casualidade entre os fatos. Todas as questões foram colocadas para ela de forma oral.
Sua leitura oral é pontuada corretamente, com entonação adequada, com algumas omissões de pontuação o que acarreta junção de frases. Sem deslocamento de letras, sílabas, palavras ou frases.
Quando solicitada para produzir um texto escrito, demora consideravelmente para iniciá-lo, apaga-o e ao final produz somente um parágrafo, com erros ortográficos, gramaticais e de coerência anteriores a sua escolaridade. Ao ser comparado com suas produções da escola pode-se notar que as da última são melhor elaboradas.
V. apresenta características de déficit de atenção interdependente de questões afetivas e cognitivas. Ninguém pode aprender mais do que sua estrutura cognoscente permite, tampouco consegue avançar em suas aprendizagens com os vínculos afetivos inadequados.
             
IV) Indicações:
- Atendimento Psicológico familiar,
- Atendimento Psicopedagógico,
- Avaliação neurológica.
V) Prognóstico:
            Sabemos que entre as indicações ideais e as possibilidades reais há uma diferença. Diferença esta que deve ser levada em conta em respeito a família envolvida. Todas as indicações são importantes porém  a família deverá ter persistência a partir da escolha feita, poupando V. de mais avaliações desnecessárias e oferecendo a ela o melhor suporte possível.
_________________________
Raquel Romano de Lima
Pedagoga/Psicopedagoga

Este blogue foi criado 
Testes - Psicopedagogicos

Estilo de aprendizagem
Perfil apresentado pelo aluno
Aluno(a)_____________________________________________________Idade:_________ Data de Nascimento_____/_____/______  
Série: _________  Escola: _____________________
Nome do professor:_______________função: _______________________
Os fatores que influenciaram o processo de ensino e aprendizagem
1. As condições físicas e ambientais em que trabalhar é mais confortavelmente.              
                                     (Localização do aluno em sala de aula)
(  ) somente isolado.
(  ) do lado dos colegas  / companheiros.
2. Preferencia a determinados grupos:
(  )ndividua
(  ) em pequenos grupo
(  ) em grandes grupos movimentados
Áreas, conteúdos, atividades, que está mais interessado, se sente mais confortável e tem mais segurança:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Nota: Como é sua atenção...  está distraído
* Incentivos para dispersar a sua atenção:
* Momentos específicos do dia, que é mais atento:
(  ) inicio das aulas (primeiras horas de aula)
(  ) mais para o final das aulas (últimas horas)
(  ) Depois do recreio / lanche
Quanto tempo pode se concentrar em uma única atividade? _____________________________
De maneira podemos captar melhor sua atenção?_____________________________________
Como, geralmente, você melhora  a sua atenção ?____________________________________
5. As estratégias utilizadas para resolver tarefas:
(  ) constante
(  ) inconstante  
(  ) Trata de compreender
(  ) Trata de memorizar
(  ) Tente entender e memorizar.
(  ) É competitivo e cooperativo
(  ) É competitivo e não  coopera
(  ) Ritmo adequado de trabalho
(  ) Mantém um ritmo lento
Atitudes durante a execução do trabalho
(  ) faz contribuições pessoais e interpretações textuais
(  ) tem facilidade de implementação sem apresentar muitas dificuldades
(  ) tem hábitos básicos de leitura
(  ) falta de hábitos básicos para a leitura
(  ) aborda os conteúdos passo a  passo
(  ) abordo conteúdos de forma global
(  ) nem mesmo começar o trabalho
(  ) se concentra em trechos concretos
(  ) se centra em aspectos gerias
(  ) foca fatos isolados .
(  ) foca sobre os aspectos gerais
(  ) termina as tarefas sozinho
(  ) termina com ajuda
(  ) termina com um certo tipo de ajuda, tais como: _____________________________________
_____________________________________________________________________________
(  ) Organiza suas tarefas
( ) Necessita de ajuda para estruturar
(  ) termina me tempo hábil
( )  se atrasa com freqüência  
RECURSOS UTILIZADOS:
Pede ajuda para colegas e/ou professores
(  ) colegas       (  ) professores   (  ) nunca pede
Materiais que mais gosta de usar
(  ) livros   (  ) computadores (notebook) (  ) gravadores  (  ) cadernos para anotação
ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Usa com mais freqüência
(  ) Por ensaio e erro até concluir
(  ) Dividindo as tarefas (pelas mais fáceis ou mais difíceis)
TIPO DE TRABALHO PREFERIDO
( ) Aqueles que se deve fazer sozinho ou realizar uma única tarefa para concluir (um único comando).
(  ) As que precisam observar e anotar  
( ) As que precisam pensar, imaginar e representar as coisas
Método preferido de resposta
Quando demonstrar que sabe
(  ) Oral (prefere dizer, expor, explicar, responder o que sabe.)
(  ) Escrita (prefero escrever, anotar,fazer relatórios).
(  ) Manipulador  (prefiro escrever para desenhar, construir, fabricar, manipular).
(  ) Outros. Especifique quais: _____________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Atitudes diante das dificuldades ou tarefas difíceis.
(  ) realiza com prazer
(  ) Desanima e abandona
(  ) Rejeita
(  ) Bloqueia e não faz nada
(  ) Se mostra agressivo
Os tipos mais comuns de dificuldades
(  ) Não compreende e assimila conceitos
Estratégicas  
(  ) Não consegue  prever o tempo que vai gastar
(  ) Consegue planejar o tempo e passo a passo o seu tempo
(  ) Não segue os passos planejados.
(  ) Não revisa o resultado alcançado  
(  ) Nenhum em particular.
7. Motivação:
- Pessoal
(  ) Aprovação  dos familiares e  reconhecimento da escola
- Social
(  ) Precisa do reconhecimento explícito dos outros
- Materiais
(  ) Prêmios, brindes, atividades de interesse, etc.
Outros: _______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Sucesso e fracasso na escola
- Internas:
(  )  atribuída à sua capacidade e esforço próprio
- Externas:
(  ) O atribui se a tarefa é fácil ou difícil, ao professor  que é "bom" / "ruim")...
DIANTE DAS DIFICULDADES:
(  ) acha que pode mudar a situação sozinho
(  ) sente que precisa pedir ajuda.
(  ) Nunca pede ajuda.
Faz o trabalho para:
(  ) satisfazer o professor ou pai.
(  ) para os outros o reconhecer como capaz
(  ) para aprender
Auto-conceito
Valoriza a si mesmo
(  ) Pouco (  ) regular (  ) Bastante (  ) Muito  
Com relação à família
(  ) Pouco (  ) regular (  ) Bastante (  ) Muito  
Interesses do aluno
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Relações em sala de aula (interação observada)
(  )  Relaciona-se com um grupo pequeno.
(  ) Oferecer ajuda aos outros.
(  ) O grupo tem uma tendência a protegê-lo.
(  ) Respeitar contribuições dos outros.
(  ) gosta de contar suas experiências.
(  ) Mostra-se reservado
(  ) É dependente do professor
(  ) Não interrompe o trabalho do professor.
(  )Que gosto de chamar a atenção do professor.
(  ) É aceito pelos seus pares.
(  )  É rejeitado pela classe.
(  ) Manter interações positivas com os pares.
(  ) Tende a permanecer isolados na sala de aula.
(  ) Comportamento problemático em sala de aula.
Outras condições:
O contexto familiar:
- De que forma incentivam:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- Quais aspectos difíceis de lidar:  
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
O contexto escolar:
- De que forma incentivam:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- Quais aspectos difíceis de lidar:  
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
            
Conclusão
Perfil apresentado pelo aluno:
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Data: ___ / ____ / _____
Assinatura: ____________________________
Alterações, adequações e tradução (Carla Silva)
Fonte: http://www.orientared.com/evaluacion/evinstr.php

Estamos muito felizes com sua visita , não saia sem nos deixar umrecadinho


INVESTIGAÇÃO DA LATERALIDADE
Atividades observatórias com a Mão
DIREITA
ESQUERDA
1. Enrolar e desenrolar um carretel


2. Escrever números


3. Cortar com a tesoura


4. Jogar uma bola com a mão


5. Jogo de pesca


6. Dar corda num relógio


7. Desenhar um círculo


8. Desenhar um triângulo


9. Escrever o pré nome


10. Escovar os dentes


11. Apagar com a borracha o papel


12. Beber água num copo


13. Folhear o livro


14. Martelar pinos


15. Apontar um lápis


16. Apontar com um dedo alguma coisa


17. Fazer traços curtos e longos numa folha em branco


18. Girar um pião


19. Acenar adeus


20. Apertar uma bola de espuma


21. Tirar uma carta do baralho


22. Fazer bolinhas de papel


23. Colorir / pintar


24. Quicar uma bola


25. Perfurar um papel


26. Pedir que cruze os braços. Qual a mão que ficou em cima?


27. Levante um braço


28. A mão que escora a cabeça quando relaxada ou distraída


29. Passar batom e/ou pentear os cabelos


30. Enfiar a mão num saco surpresa


                         Conclusão:   mão dominante __________________________
Atividades observatórias com o olho
DIREITA
ESQUERDA
1. Colocar um cone ou um tubo num dos olhos


2. Colocar um cone num dos olhos e procurar um inseto ou formiga


3. Colocar uma placa com um orifício no meio e segurar com os braços esticados. Aproximar o orifício de um olho.


4. Atividade co pontaria, fechando um olho depois o outro


5. Observar num buraco da fechadura


6. Pedir que feche um olho. Qual ficou aberto?


                        Conclusão:   olho dominante _______________________

Atividades observatórias com o 
DIREITA
ESQUERDA
1. Pedir que chute uma bola grande


2. Pedir que chute uma bola pequena


3. Pedir que pule de um pé só


4. Pedir que pare com pé só


5. Jogar um pé para frente


6. Pular para frente com um pé só


7. Pular para trás com um pé só


8. Equilibrar-se num pé em cima de um obstáculo


9. Pedir que sente e estique uma pé à frente


                          Conclusão:      pé dominante _______________________
Atividades observatórias com o polegar
DIREITA
ESQUERDA
1. Fazer pressão na mesa com um polegar


2. Bater palmas entrelaçando os dedos (polegar dominante é o que ficar por cima)


3. Flexionar e relaxar o polegar (um de cada vez) Qual foi mai fácil?


                         Conclusão:      pé dominante _______________________
Atividades observatórias com o ouvido/orelha
DIREITA
ESQUERDA
1. Atender o telefone diversas vezes, observando o ouvido preferido


2. colocar algo com ruído dentro de uma caixa e pedir que encoste um dos ouvidos e ouça  (alunos com DPAC)


3. Pedir que coloque o fone de ouvido apenas um ouvido


                    Conclusão:      orelha/ouvido dominante _______________________

Roteiro para a análise do comportamento durante as sessões psicopedagógicas 

Aproximação
Bom – logo teve iniciativa
Dubitativa ( pegar e largar o material sem planejamento)
Não houve – a criança se concentrou em um único material
Organização
Boa
Material e Nível de desenvolvimento
Não montou estratégia
Plasticidade
Normal
Rigidez
Não
Estereotipia
Não
MOTRICIDADE
Adequação
Boa
Deslocamento geográfico
A criança permaneceu sentada
Preensão e manejo
Segurou os objetos normalmente
Coordenação das mãos
Realiza atividades normais com as duas mãos.
Lateralidade
Normal
Movimentos Involuntários
Ás vezes, com a cabeça baixa.
Movimentos bizarros (Gentil)
Não percebido
Ritmo do movimento
Lento para recorte e ao folhear a revista, rápido para escrever e desenhar.
Hipercinesia
Não houve
Hipocinesia
Foi percebido no momento do recorte
Ductibilidade
Normal
Criatividade
Pouca
Tolerância à frustração
Pouca
Seu mundo
( ) Externo (x) Interno
Reação
Às vezes demonstrava cansaço.

MODELO DE ANOTAÇÕES DE SESSÕES
Cliente:________________________ Tel:___________
Sessão ___ | Data: ___/___/___ Período: ___:___ às ___:___
Natureza/objetivo(s):
Recursos/procedimentos aplicados:
Observações/resultados:
Proposta:
Rubrica

Que bom que você está nos visitando.
MODELO DE Informe Psicopedagógico Institucional
A partir da exposição de motivos realizada por esta instituição, sobre a indisciplina e o baixo rendimento escolar da turma X, foi desenvolvido um diagnóstico psicopedagógico institucional com a intenção de identificar os fenômenos que provocam o aparecimento dos referidos sintomas.
O encaminhamento do processo diagnóstico, envolvendo outras instâncias da instituição, deve-se ao fato de se considerar a escola como um lugar no qual existe uma gama de inter-relações que não permite considerar os sintomas ocorridos em uma turma com um fato isolado.

A consecução do diagnóstico contou com os seguintes recursos avaliativos:
-Entrevista Operativa Centrada no Modelo Ensino-Aprendizagem (EOCMEA);
-Observações de várias aulas (realizadas na série que porta o sintoma e na classe de mesma série que não apresenta o sintoma);
- Observação do recreio;
-Pesquisa histórica com direção da escola.

Após a análise dos dados obtidos durante o período de investigação, foi possível identificar que o comportamento dos alunos em questão está relacionado a fatores ligados à faixa etária e ao distanciamento que tomam dos valores adotados pela instituição, tais como princípios da prática pedagógica e a forma de condução do trabalho na sala de aula.
No que se refere às questões relacionada à idade, observou-se que esta turma apresenta um nível elevado de curiosidade a respeito de aspectos ligados a sexualidade, assim como busca atividades prazerosas e inovadoras. Estas características, esperadas pela faixa etária em que se encontram, associadas a uma aparente condição cognitiva e à comunicação existente entre todos os envolvidos na ação educativa, parecem contribuir para o comportamento inadequado, irônico e de pouca cooperação durante as situações de ensino-aprendizagem, adotado por esta turma.

Com relação às questões que dizem respeito à dinâmica institucional, percebe-se, como fator primordial, uma dificuldade ligada ao que Pichon-Riviére chamou de enquadramento. Enquadramento visto com a existência de constantes que permanecem de forma sistêmica, que sustentam os combinados e deixam espaço para o movimento do aprender. Algumas instâncias da instituição apresentam falhas no enquadramento, ampliadas pelo clima competitivo que muitas vezes se instala entre alunos, entre alunos e professores e entre o corpo docente e o técnico e diretivo.
Esta dificuldade identificada na turma X pode ser o sinal de necessidade da instituição rever seu enquadramento como um todo, revisando seus programas curriculares, revendo a possibilidade de execução do discurso, rediscutindo seus objetivos, entre outras possíveis ações.

No que se refere especificamente à turma, percebe-se que a competição existente acirra as divergências, dificulta as relações e compromete o sucesso do aprender. A falta do enquadramento e a dificuldade de comunicação interferem no planejamento, na organização e na integração do grupo como um todo e do grupo com a escola.

A instituição, no entanto, apresenta uma condição importante de abertura para a mudança, percebida nas várias instancias entrevistadas. Este desejo de mudança e de crescimento pode favorecer a criação e a execução de projetos que possam contribuir para tal, o que indica um prognóstico favorável.

Com objetivo de minimizar e ou superar os fatores responsáveis pelo aparecimento do sintoma, faz-se necessárias uma intervenção psicopedagógica em dois níveis:

-um primeiro que envolva a instituição como um todo, visando a discussão dos princípios que regem a ação pedagógica e uma possível atualização dos mesmos para que não sejam sentidos como obstáculos na ação de ensinar/aprender. Este item deve ser realizado a longo e médio prazo e deve envolver todas as instâncias da instituição (órgão mantenedor, direção, corpo técnico, corpo docente, pais e corpo discente);

- um segundo que ofereça um apoio imediato à turma X, objetivando criar um espaço para a informação, reflexão e mudança da atitude frente às questões ligadas à sexualidade e às interferências no processo de ensino/aprendizagem. Esta ação deve envolver os alunos da referida turma, seus pais e professores. Para tal, estamos encaminhando o Projeto de Intervenção Psicopedagógica, para a referida análise e aprovação. (RIGOLIN et al, 1999, p.55-57).
Atenciosamente,
Psicopedagoga Institucional


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 Modelo de Devolutiva final com encaminhamentosDEVOLUTIVA FINAL COM ENCAMINHAMENTOS
O aprendente em estudo, XXXXXXXXX, (10 anos – cursando o 3º EF) traz um histórico de vida marcado por:
- Debilidade do vínculo paterno e familiar bem como carências quanto ao suprimento de suas necessidades básicas no que diz respeito ao orgânico e psicoafetivo;
- Um meio familiar e social que não possibilitou construções enriquecedoras quanto ao seu conhecimento de mundo;
- Construção de baixa autoestima produzida pelo fracasso escolar;
- Inadequação pedagógica favorecida por um modelo de aprendizagem limitado ao princípio de acomodação cognitiva, descontextualizado e pautado no estímulo à dependência e nos recursos básicos da memorização.
            Em suma a hipótese diagnóstica evidencia obstáculos que diz respeito à falta de conhecimento de determinados conteúdos que permita ao sujeito novas elaborações do saber. E revela obstáculos relacionados à vinculação afetiva que se estabelece com as situações de aprendizagem, podendo se apresentar de diferentes formas e múltiplas motivações. A criança apresenta uma modalidade de aprendizagem em desequilíbrio quanto aos movimentos de assimilação e acomodação; sintomatizada na hiperacomodação.
Portanto, quanto às recomendações necessárias ao desenvolvimento desta criança considera-se:
- Intervenção psicopedagógica com inclusão de jogos terapêuticos, técnicas projetivas psicopedagógicas que viabilizem a ressignificação das primeiras modalidades de aprendizagem;
- Atividades contextualizadas de escrita e leitura com a utilização de variados portadores de textos para que a construção das hipóteses linguísticas possa ser elaborada com segurança;
- Trabalho pedagógico que considere a singularidade do sujeito dentro do grupo e valorize seu conhecimento de mundo, realizado a partir de um planejamento flexível, com objetivos claros e estratégia metodológica criativa e desafiadora que combine os diferentes estilos de aprendizagem: Sinestésico, Visual, Auditivo;
Diante dos resultados apresentados se faz necessárias intervenções por um profissional de psicopedagogia, acompanhamento psicológico especializado, mudanças na rotina diária no ambiente familiar e escolar.
DATA
ASSINATURA DA Psicopedagoga.
MODELO DE SESSÃO PSICOPEDAGOGICA

ROTEIRO DA SESSÃO PSICOPEDAGÓGICA 1ª e 2ª sessões

 1- ACOLHIDA: CONVERSA (APRESENTAÇÃO) – Nome, profissão, horário e material. 
 2- CAIXA LÚDICA/AEOCA – Avaliar a leitura e raciocínio quando indagar sobre o jogo, quando ler a capa, os nomes... 
 3- TRABALHO PSICOMOTOR CORPORAL: EQUILÍBRIO: jogo de amarelinha, andar sobre a linha de olhos fechados.
 4- PROPOSTA DE MESA: - PROPOSTA (atividade) do abc; - Padrão gráfico 1 e 2 5- ENCERRAMENTO: Fazer uma retrospectiva da sessão Após apresentação formal entre aprendente e psicopedagogoa foi mostrada para o aprendente a caixa lúdica onde ele ficou a pensar o que seria aquela caixa. 
Solicitei que o mesmo pegasse algo que ele gostasse de dentro da caixa ao abrir a caixa lúdica ele olhou o que tinha dentro da caixa e questionou o que era aquele material que continha dentro da caixa.
 No segundo momento, depois de ter observado bem os componentes que tinha dentro da caixa lúdica o aprendente pegou um boneco e falou que ele tinha um boneco igual o que ele pegou. O aprendente também ficou a todo instante curioso ao ver a pasta AEOCA e indagou o que iríamos fazer com tanta coisa que estava dentro da caixa lúdica e dentro da pasta AEOCA.
 No terceiro momento, nós desenvolvemos um trabalho psicomotor muito bom através de jogo de amarelinha e andar sobre a linha de olhos fechados foi aonde eu pude perceber que o aprendente tem um excelente equilíbrio corporal.
 No quarto momento eu procurei trabalhar a proposta de mesa mais como o aprendente tinha apenas cinco anos de idade e faltando poucos dias para completar seis anos de idade e matriculado nas primeiras serias iniciais (alfabetização), observei que ele sentiu uma grande dificuldade em desenvolver estas atividades tanto como o teste do ABC como o Padrão Gráfico 01 e 02. Então eu procurei enfatizar mais na atividade do equilíbrio corporal e no reconhecimento de algumas figuras diversas tendo como um bom resultado positivo. 

ROTEIRO DA SESSÃO PSICOPEDAGÓGICA 3ª e 4ª sessões 
1- ACOLHIDA: Conversa 
2- CAIXA LÚDICA/AEOCA – Avaliar a leitura, matemática e raciocínio lógico, quando indagar sobre o jogo, quando ler a capa, os nome... 
3- TRABALHO PSICOMOTOR CORPORAL:
 LATERALIDADE – direita, esquerda, em cima, em baixa, em frente, atrás... (jogo); ESQUEMA CORPORAL – montar as partes do rosto, ou dizer as partes do corpo e ele a pontar.
 4- PROPOSTA DE MESA: - PROPOSTA (atividade):
 Teste do ABC: 3 a 4 provas; 
- PLANO B: Provas operativas de PIAGET – 1 a 2 provas 
5- ENCERRAMENTO. Ao chegar para esta sessão conversamos a respeito do que ele tinha feito na escola e fizemos uma recapitulação da sessão anterior. No segundo momento procurei ler para ele algumas historinhas de uma coleção de livros do personagem vida marinha (descobrindo o mar) para poder observar o seu poder de percepção e interesse no que escuta, contamos de 01 a 10, fizemos alguns jogos de raciocínio lógico. No terceiro momento passei a trabalhar a lateralidade do aprendente a partir de brincadeiras como: frente a frente, jogos de reconhecimento esquerda-direita, jogos para o membro inferiores, percepção do seu lado dominante etc. No tocante do esquema corporal o aprendente montou as partes do rosto através de recorte de uma figura tendo como objetivo principal o conhecimento das partes do rosto. No quarto momento foi usada a proposta de mesa com a realização de uma Prova Operatória de Piaget com massa de modelar. No tocante o aprendente se saiu muito bem durantes esta sessão psicopedagógica, pude perceber que o mesmo já se encontrava mais solto e bastante aberto para o diálogo deixando de lado um pouco a sua timidez. ROTEIRO DA 

SESSÃO PSICOPEDAGÓGICA 5ª e 6ª sessões 
1- ACOLHIDA: Conversa sobre o final de semana.
 2- CAIXA LÚDICA/AEOCA – Avaliar a leitura e raciocínio quando indagar sobre o jogo, quando, ler a capa, os nomes... 
3- TRABALHO PSICOMOTOR CORPORAL: COORDENAÇÃO MOTORA FINA E AMPLA – jogar bola com as mãos, chutar a bola... 
4- PROPOSTA DE MESA: Provas operatórias de Piaget: - Seriação; - Conservação quantidade. 
5- ENCERRAMENTO: Falar sobre o encerramento destas sessões e a guardar o próximo encontro. O aprendente ao chegar para esta última sessão da primeira etapa de intervenção psicopedagógica conversamos a respeito do que ele tinha feito no final de semana. O mesmo falou que sentiu saudades das nossas brincadeiras e que estava ansioso para começar com as nossas sessões psicopedagógicas e que hoje ele estava com vontade de fazer tudo que fosse solicitado.
 No segundo momento, procuramos explorar bastante a Caixa Lúdica e a Pasta AEOCA avaliando o aprendente da melhor maneira possível aonde foram realizadas brincadeiras com jogos da memória, pintura a mão e com pincel, leitura de revista em quadrinho do BEN 10 no qual o aprendente gosta muito. 
No terceiro momento, procurei trabalhar o psicomotor corporal do aprendente na observação da sua coordenação motora fina e ampla nesta atividade o aprendente desenvolveu da seguinte forma: O aprendente diante das brincadeiras ficou mais solto e mais expressivo, juntos fizemos algumas atividades como: recortar, jogar bola com as mãos e chutar bola. 
No quarto momento, foi sugerido para o aprendente a proposta de mesa sendo usadas as Provas Operatórias de Piaget como a de seriação e conservação da quantidade. Quanto à parte da seriação eu procurei usar o jogo dos palitos, 10 palitos com aproximadamente 1 cm de largura com uma diferença de 0,6 mm de altura entre um e outro, sendo que o primeiro tem aproximadamente 11,5 cm. E quanto à parte da Conservação e Quantidade usamos o jogo da conservação da quantidade da matéria com 02 massas de modelar de cores diferentes com aproximadamente com 4 cm de diâmetro, inicialmente começamos o jogo fazendo duas bolas iguais de cores diferentes, no segundo momento fizemos modificações da forma fazemos uma bola e a outra em forma de uma salsicha, no terceiro momento fizemos uma bola e a outra um achatamento e no quarto momento do jogo fizemos bolinhas novamente de uma cor fizemos apenas uma bola e da outra cor fizemos cinco bolinhas pequenas do mesmo tamanho. Apesar de pouca idade o aprendente desenvolveu muito bem estas atividades.

 Ao término desta primeira etapa destas seis sessões psicopedagógicas conversarmos sobre uma pausa durante alguns dias mais que em breve voltaríamos a nos encontramos para mais uma nova sessão psicopedagógica. No começo o aprendente não entendeu mais aos poucos ele foi criando certo entendimento a respeito do que conversamos da pausa das sessões. 

Durantes estas sessões psicopedagógicas que foram realizadas com o aprendente eu pude perceber que na organização das estratégias de jogo o aprendente utilizou adequadamente seus recursos cognitivos. O interesse demonstrado pelo aprendente, à alegria ao ganhar e o vínculo positivo estabelecido durante as sessões lúdicas foram percebidos claramente. 

A partir desta sessão o aprendente passou a tomar iniciativa para escolher o jogo, para ler as regras, demonstrou curiosidade para entender o objetivo do jogo, começou a se sentir mais feliz, mais confiante e aceitando melhor as regras e lidando melhor com as perdas. As vitórias conseguidas em relação aos processos cognitivos, motores, físicos e sociais, foram gratificantes ao final desta primeira etapa de intervenção psicopedagógica, embora seja indispensável à continuidade do atendimento, com a colaboração primordial da família, escola e demais profissionais encaminhados.

 Embora os resultados obtidos ainda não sejam muito visíveis aos olhos da família e escola, através de inúmeras observações, os resultados foram de grande valia. Nas sessões com o aprendnete percebia-se a alegria demonstrada pelo o mesmo ao jogar e o quanto isso proporcionou um vínculo forte com esta estagiária em Psicopedagogia Clínica, o que facilitou para que a criança aprendesse a lidar melhor com seus medos e inseguranças, a lidar melhor com a aceitação de limites e demonstrando mais interesse por aquilo que estava sendo jogado durante as sessões psicopedagogicas. 

Do ponto de vista psicopedagógico, o processo de aprendizagem envolve não somente a fala do sujeito que aprende, mas também a fala de quem ensina. Muitos educadores desvalorizam a brincadeira acreditando que o mais importante na escola é aprender a ler e escrever esquecendo que a brincadeira e o jogo constituem-se em uma necessidade humana e foi através deste contexto que partiu a fase da devolutiva.

DEVOLUTIVA/ENCAMINHAMENTO 

Na devolutiva, recomendamos aos pais um investimento maior e mais real no processo de dissociação do filho, dando-lhe oportunidade de criticar, discordar, para que possa construir-se como sujeito, o que não os impediria de exercer o interdito, para que a criança, mesmo desenvolvendo seu senso crítico, tendo seu próprio pensamento, se submeta às regras de convivência interpessoal. Sugerimos que, o acompanhamento com o aprendente deve continuar com um psicólogo. Pois, o aprendente não apresenta nenhuma dificuldade de aprendizagem apenas apresenta problemas emocionais por conta do desajuste familiar.


MODELO DE SUMÁRIO PARA RELATÓRIO CLINICO
SUMÁRIO
1-APRESENTAÇÃO
2-INTRODUÇÃO
3- OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
3.2 Objetivo específico
4- IDENTIFICAÇÃO DA ISTITUIÇÃO
5-DEMANDA DO APRENDENTE
6-CRONOGRAMA (PERÍODO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO)
7-PLANO DE DIAGNÓSTICO
7.1 Anamnse
7.2 Entrevista com a professora
7.3 Hipóteses diagnósticas/sessões de avaliação
7.4 Devolutiva/encaminhamento
8-PLANO DE INTERVENÇÃO
8.1 Atividades realizadas
9-AVALIAÇÃO DA PRÁTICA
9.1 Auto avaliação
9.2 Supervisão da prática
10-BIBLIOGRAFIA


ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PSICOPEDAGOGICO

 FASES DO Atendimento psicopedagógico:
 a) Observação participante:
A observação é altamente usada em Psicopedagogia porque ela está atrelada ao “ouvir” e ao “olhar” que o Psicopedagogo dirige a todos aqueles que procuram o seu apoio. A observação é participativa porque parte do princípio da “empatia”, da “interação” do “estar contingente” com a situação vivenciada sem impor opiniões e pontos de vista, e sendo afetado por ela. Ao Psicopedagogo não basta ouvir o que o outro tem a dizer, ele tem de participar, auxiliar o outro a articular, a se “resignar” - conformar-se, conciliar-se, harmonizar-se diante de sua história de vida para poder ressignificar-se, ou seja, dar um novo significado à sua história e ações.
 b) Entrevistas:
As entrevistas realizadas com os pais (Anamnese), com os professores, coordenadores e com outros profissionais têm por finalidade aprofundar as questões apresentadas, esclarecer o que foi observado, entender a modalidade de ensino-aprendizagem de cada envolvido, entender os significados ocultos em seus discursos, trocar informações, entender quais são os mitos e as crenças a respeito da aprendizagem.
Para que as entrevistas tenham eficiência é necessário que se crie, antes de tudo, um vínculo de confiança entre as partes envolvidas baseado na ética, na moral e no respeito mútuo na medida em que somente um encontro baseado nesse vínculo permitirá a aprendizagem de todos os envolvidos.
 c) Análise de documentos:
Os documentos produzidos durante as entrevistas, os dados coletados de outros profissionais e os trabalhos realizados pela criança são usados no sentido de contextualizar o que foi observado, para explicitar as vinculações conscientes e inconscientes, e para identificar a modalidade de ensino-aprendizagem dos envolvidos e, conseqüentemente, para dar continuidade ao atendimento.
 d) Orientação aos pais:
A orientação aos pais e responsáveis deve esclarecer dúvidas, preparando e organizando procedimentos de maneira sistemática afim de que a dinâmica familiar possa ser ressignificada gradativamente com apoio, fundamentação teórica e supervisão constante, para melhor conduzir as crianças na construção das modalidades de aprendizagem.
 e) Orientação escolar:
A orientação escolar visa auxiliar professores, técnicos e profissionais da área diante das complexidades apresentadas no cotidiano, bem como, na busca da aplicabilidade de novas técnicas e conhecimentos com a intenção de eliminar as fraturas de aprendizagem. É importante analisar a situação do aluno com dificuldades dentro dos limites da escola e da sala de aula, a fim de proporcionar orientações e instrumentos de trabalho aos professores, para que sejam capazes de modificar o conflito estabelecido; avaliar o espaço físico e psíquico da aprendizagem quanto aos seus processos didáticos-metodológicos e a dinâmica institucional utilizada; observar: o material didático e sua utilização, as aulas, os professores, os alunos e as relações estabelecidas professor, aluno e escola; e diagnosticar as rupturas e apresentar soluções contextualizadas à escola e seus objetivos. 
 f) Acompanhamento Individual:
O acompanhamento individual visa compreender o sujeito de maneira global, percebendo qual é a dimensão da suas relações: família, escola e sociedade e como o sujeito aprende, qual a dificuldade de aprendizagem e qual a hipótese da fratura do aprender.
Esse movimento se dá diretamente com o sujeito num atendimento individualizado, buscando investigar, intervir e significar o que não vai bem com o sujeito seja no âmbito da aprendizagem ou no âmbito social sempre numa perspectiva de ressignificação dos conceitos.
 g) Produções do atendido
Os trabalhos elaborados pela criança servem de apoio e guia para uma boa análise do processo. É normal que a criança queira levá-los para casa, principalmente se for um desenho, uma pintura, modelagem em argila etc. Explique antes de iniciar os encontros que tudo o que for produzido deverá permanecer no “espaço psicopedagógico” até que o processo termine. Caso o Psicopedagogo queira manter os trabalhos além do tempo estipulado, sugiro que faça cópia, tire fotos, escaneie, porque assim poderá dispor da produção da criança em uma supervisão, trabalho acadêmico e registros pessoais, desde que autorizados pelos pais e pela criança.
Durante essa etapa, deixe que a criança manifeste o desejo de guardar ou não suas produções, colocar no mural, emprestar etc.
 h) Atendimento psicopedagógico
O Atendimento Psicopedagógico divide-se em duas etapas – Diagnóstico e Acompanhamento. Isto é importante para o psicopedagogo porque satisfaz a questão da Escola e dos pais que necessitam em um primeiro momento de saber o que acontece com o desenvolvimento escolar da criança ou jovem; e para instrumentalizar o Psicopedagogo de bases que fundamentem a sua intervenção na medida em que não há como intervir sem saber de antemão como o outro é em sua essência e em seu modo de agir.
 
O Diagnóstico procura conhecer a criança ou jovem na sua especificidade e singularidade para identificar como ela faz para aprender aquilo que aprende.
 
O Acompanhamento procura dar seqüência aos trabalhos iniciados no diagnóstico, com um projeto de intervenção baseado nos dados colhidos e observados. Aqui os pais decidem ou não dar seqüência ao atendimento, podendo fazê-lo com o mesmo profissional ou com outro de seu conhecimento e interesse.
Durante todo o Atendimento Psicopedagógico a criança estará em processo avaliativo, pois a cada momento sempre é apresentado um sujeito agindo e aprendendo. O Psicopedagogo é o mediador nessa relação, abrindo espaço para que a criança possa ocupar um outro lugar, para que ela possa reencontrar o prazer de aprender sobre si mesma e sobre o mundo.
 
O objetivo geral do Atendimento Psicopedagógico deve ser direcionado e está estritamente vinculado ao próprio objetivo da Psicopedagogia que é o de favorecer a “autoria de pensamento”.
 
Para sua consecução, o Psicopedagogo procura respeitar o próprio ritmo da criança porque pressupõe que o conhecimento, o saber deverá ser construído unicamente por ela a partir daquilo que ela mesma consegue processar e simbolizar durante o atendimento psicopedagógico. Desta forma abre-se a possibilidade para que a criança possa aprender no nível mais alto que suas condições orgânicas, constitucionais e pessoais lhe permitam.
 
O Diagnóstico é o que dá subsídios ao Psicopedagogo para intervir. Apesar de a escola e dos pais pedirem uma avaliação psicopedagógica para atender principalmente a uma demanda deles, essa avaliação, antes de tudo, é um valioso instrumento para o profissional já que oferece alguns parâmetros para a construção de um projeto de intervenção que será desenvolvido com a criança ou jovem, objetivando o seu desenvolvimento.
Por isso, uma boa avaliação inicial é o ponto de partida para a compreensão do significado do problema de aprendizagem. É importante ter uma ‘dupla escuta’ que possibilite verificar como o ‘sintoma’ se apresenta, isto é, identificar a origem do problema, compreender o seu significado e quais as operações mentais que o constituem. Entender o que significa não conseguir somar, dividir, multiplicar, não conseguir ler, escrever, falar, contar, relatar.
 
Na avaliação inicial procura-se saber como a criança faz para aprender aquilo que ela aprende na medida em que se acredita que mesmo apresentando “sintoma de não-aprender”, a criança sempre aprende algo. Por isso, o Psicopedagogo tem como objetivo, nessa etapa, identificar como a criança pensa, quais são as suas lógicas, os seus argumentos e seus posicionamentos. Identificar como ela se relaciona com o objeto do conhecimento, com ela mesma, com os pais, familiares, amigos, professores nos diversos contextos em que ela atua e vive.
 
A observação contínua e a realização de atividades adequadas contribuem de maneira ímpar para um bom desenvolvimento do diagnóstico e para se identificar a modalidade ensino-aprendizagem da criança, da família e dos professores. As atividades propostas nessa etapa estão vinculadas necessariamente à identificação do nível de domínio da linguagem oral e escrita, do desenvolvimento psicomotor, do nível cognitivo de pensamento e das manifestações afetivas (posturas) diante de si mesma, do outro e do objeto do conhecimento.
 RELATÓRIO PSICOPEDAGÓGICO:
Esse valioso instrumento é elaborado a partir de todas as anotações dos encontros, de relatórios feitos pelo Psicopedagogo após cada encontro, de observações próprias, questionamentos e análises de todo o processo. Todos esses dados coletados servirão de base para o Relatório Psicopedagógico.
No Relatório deverão constar as seguintes informações: Identificação da criança, motivo do encaminhamento, período em que foi realizado, a postura da criança durante o processo, avaliações cognitiva, pedagógica, motora, e a dinâmica que estabelece em relação à aprendizagem, orientação aos pais, aos professores e conclusão.
MODELOS DE RELATÓRIOS

Modelo 1:

Espaço Psicopedagógico .......................

RELATÓRIO PSICOPEDAGÓGICO
I – IDENTIFICAÇÃO:
Nome:
F(   )         M (   )
Escola:
Nasc.:           
Professora:
Idade:
Pai:
Série:
Mãe:
Tel.:
Encaminhamento:
Cel.:
 
II – MOTIVO DO ENCAMINHAMENTO:
  
 
III – DESENVOLVIMENTO:
PERÍODO DO DIAGNÓSTICO: POSTURA DURANTE O PROCESSO: ASPECTO COGNITIVO: ASPECTO PEDAGÓGICO: ASPECTO PSICOMOTOR: DINÂMICA QUE ESTABELECE EM RELAÇÃO À APRENDIZAGEM:



 
IV – ORIENTAÇÃO À ESCOLA:
  
 
V – ORIENTAÇÃO AOS PAIS:
  
 
VI – DIAGNÓSTICO:
  
 
VII – PSICOPEDAGOGO RESPONSÁVEL:
    
Espaço Psicopedagógico ...............
Endereço completo do Espaço
Cep – Cidade – Estado
Tel.:
e-mail:

Modelo 2:

Espaço Psicopedagógico.....

Nome:
Nascimento:
Idade:
Escola:
Série:
Encaminhamento:

                                                                  Relatório Psicopedagógico

Motivo da Avaliação e Encaminhamento:

Período da Avaliação:

Avaliação Pedagógica:

Avaliação Cognitiva:

Avaliação Motora:

Relação que estabelece com o outro:

Relação que estabelece com o objeto do conhecimento:

Recomendações aos pais:

Recomendações à escola:

Conclusão:

Espaço Psicopedagógico ...............
Endereço completo do Espaço
Cep – Cidade – Estado
Tel.:
e-mail:
 

RECURSOS
Materiais utilizados nas Entrevistas Operatória Centrada na Aprendizagem, E.O.C.A.; nas Provas Piagetianas; Provas Projetivas Psicopedagógicas; Sessões Lúdicas; Testagens diversas etc.
Entrevistas: escolar, família e profissionais, análise e produção do sujeito extraconsultório.
Jogos específicos e material lúdico em geral.
Material técnico ao desenvolvimento específico do trabalho.
Material geral: papel, cartolina, pincel, tintas, lápis de cor, giz de cera, tesoura, cola, etc...
Material de apoio: fitas, gravador, aparelho de som, TV, vídeo, etc.
OBSERVAÇÕES:
Com a formação de Psicopedagoga clínica, pode-se alugar uma sala, abrir o consultório e atuar como Psicopedagoga. O que não se pode fazer é aplicar provas exclusivas de Psicólogas, pois estaria se invadindo uma área que não é própria da psicopedagogia, mesmo que alguém ensine como aplicá-las, o psicopedagogo não poderá fazê-lo.
Não existe um tempo para começar a clinicar com segurança, até mesmo porque esta segurança virá com a prática.
 
Esquema de Atendimento
 
1ª semana – primeiro momento - primeiros contatos:
1º contato: por telefone, para ouvir a demanda da família (mãe, pai ou outro ensinante) seja em relação ao próprio problema quanto em questões acerca de tempo e custos. É importante se marcar um horário para um primeiro encontro de reconhecimentos mútuos.
1º encontro com os pais: para os envolvidos se conhecerem, conhecer o espaço, o “motivo” do atendimento. Receber “contrato” e explicações básicas sobre todo o processo.
 
1º encontro com a criança: conhecer a criança – Hora do Jogo Psicopedagógico ou atividade livre.
2ª semana – desenvolvimento:
 
2º encontro com os pais: conhecer sobre a história de vida da criança e da família (Anamnese). Receber o ‘contrato’ assinado e tirar dúvidas.
 
2ª encontro com a criança: avaliação psicomotora
 3ª semana: 
3ª encontro com a criança: avaliação cognitiva
 
1ª encontro com a professora: ouvir o que ela tem a dizer
 4ª semana: 
4ª encontro com a criança: avaliação pedagógica
 
1º encontro com outro profissional ou por telefone.
 5ª semana: 
5ª encontro com a criança: avaliação projetiva
 6ª semana: 
6ª encontro com a criança: complementar alguns dados das fases anteriores – atividades livres.
 
7ª semana - terceiro momento - relatórios:
 
3ª encontro com os pais: entregar aos pais relatório final sobre o que foi observado na criança, e a necessidade ou não da continuidade no atendimento.
 
4º encontro com os pais: para tirar dúvidas do Relatório Psicopedagógico e assinatura do contrato de Acompanhamento Psicopedagógico.
 
7ª encontro com a criança: fazer uma retrospectiva com a criança do seu percurso para que ela mesma proceda a uma auto-valoração informando-a da continuidade ou não no atendimento.
 
8ª semana - relatórios:
 
2ª encontro com a professora: entregar relatório final e orientações.
 
2º encontro com outros profissionais.
 
Atendimento
Esquema de atendimento semanal para a criança:
Semana
Especificação do Encontro
Quem
Tempo
Valor
Valor
Telefônico
pais
10 min
    -
   -
Motivo do Atendimento
pais
30 min
    -
20,00
Conhecer com atividade livre
criança
30 min
    -
20,00
Anamnese
pais
2 h
50,00
40,00
Avaliação Motora
criança
50 min
50,00
40,00
Avaliação Cognitiva
criança
50 min
50,00
40,00
Visita à Escola
professora
30 min
25,00
20,00
Avaliação Pedagógica
criança
50 min
50,00
40,00
Visita a outros profissionais/telefonema
profissional
30 min
    -
20,00
Avaliação Projetiva
criança
50 min
50,00
40,00
Avaliação com atividade livre
criança
50 min
50,00
40,00
Entrega do Relatório
pais
50 min
50,00
40,00
Revisão do Relatório
pais
30 min
25,00
20,00
Relatório e retrospectiva
criança
30 min
25,00
20,00
Relatório para a escola
professora
30 min
25,00
20,00
Relaltório para outros profissionais
profissional
30 min
   -
20,00
2 meses
450,00
440,00

Espaço PSICOPEDAGÓGICO - montaGEM
- Tamanho: no mínimo de 30 metros quadrados.
- Divisão: Recepção, sala de atendimento, banheiro.
ESPECIFICAÇÕES DE CADA AMBIENTE:
Recepção: com no mínimo 1.50 x 2,00m. Esse espaço deverá possuir uma vedação acústica. O ideal é se fazer duas paredes em alvenaria ou gesso cartonado com um espaço entre elas de 10 cm, usando bloco de isopor grosso entre elas. As divisórias comuns não isolam o ambiente. Essa vedação é importante para se dar privacidade principalmente à criança.
Banheiro: de 1,50 x 1,50m. Dependendo do espaço pretendido, o banheiro pode ser na recepção ou na sala de atendimento. O ideal seriam dois banheiros. Um na recepção e outro de uso exclusivo do profissional e da criança.
 
Área de atendimento: Esse espaço deve possuir pelo menos uma janela para a circulação de ar.  O espaço utilizado será o restante que sobrar após a demarcação da parede que isolará a recepção. Essa é uma parte importantíssima de seu espaço. Ele poderá ser dividido por três ambientes específicos sem necessidade de se colocar paredes. Quanto mais amplo, melhor. O primeiro ambiente é a área de trabalho que você pode optar por apenas uma mesa que facilite as três atividades que normalmente se faz: atender os pais, preparar relatórios e para as atividades da criança. O segundo é o de leitura e para atividades no chão. Esse ambiente pode ser feito apenas com um tapete, almofadões e uma pequena estante com livros. O terceiro é uma área de livre circulação para atividades que exijam uma maior mobilidade da criança. Atente bem para as suas escolhas, porque elas mostram claramente que tipo de pessoa que você é e o que pretende.
 OUTRAS SUGESTÕES:
Dependendo do espaço disponível, há a possibilidade de se fazer algumas adaptações que certamente facilitarão o desenvolvimento de seu trabalho.
 
Não execute nenhuma divisão na sala antes de medir bem o espaço total e fazer um pequeno esboço (planta baixa) com todas as medidas que deseja para cada ambiente. Proceda assim também com os móveis. Idealize em um pequeno desenho todas as possibilidades de colocação dos móveis e verifique a metragem ideal para eles antes de realizar a compra



O Diagnóstico psicopedagógico

      O psicopedagogo usa o diagnóstico psicopedagógico para detectar os problemas de aprendizagem.
    RUBINSTEIN (1996) compara diagnóstico psicopedagógico a um processo de investigação, onde o psicopedagogo assemelha-se um a detetive a procura de pistas, selecionando-as e centrando-se na investigação de todo processo de aprendizagem, levando-se em conta a totalidade dos fatores envolvidos neste processo.
       Afirma ela que o diagnóstico psicopedagógico é em si mesmo uma intervenção, pois o psicopedagogo tem que interagir com o cliente, a família, e a escola, partes envolvidas na dinâmica do problema de aprendizagem. 
      A autora (1996,p128) ilustra que " durante e após o processo diagnóstico serão construídos um conhecimento e uma compreensão a respeito do processo de aprendizagem". Isto permite que o psicopedagogo tenha maior clareza a respeito dos objetivos a serem alcançados no atendimento psicopedagógico.
      O diagnóstico psicopedagógico clínico, segundo a estudiosa (1996, p.134) deve concentrar sua ação no sentido de "... levantar hipóteses, verificar o potencial de aprendizagem, mobilizar o aprendiz e o seu entorno (família e escola) no sentido da construção de um olhar sobre o não aprender RUBINSTEIN.
   
Quais recursos o psicopedagogo usa para realizar o diagnóstico e a intervenção psicopedagógica?
    O Código de Ética da Psicopedagogia , em seu (Capítulo I - Dos Princípios - Artigo 1º) afirma que o psicopedagogo pode utilizar procedimentos próprios da Psicopedagogia. Neste sentido, realizando o diagnóstico psicopedagógico, o psicopedagogo está utilizando procedimentos próprio de sua área de atuação. No artigo 2º , enfatiza-se o caráter interdisciplinar da Psicopedagogia, destaca o uso de recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de aprender, também, menciona o uso de métodos e técnicas próprias.
    RUBINSTEIN (1996) destaca que o psicopedagogo pode usar como recursos a entrevista com a família; investigar o motivo da consulta; realizar procurar a história de vida da criança realizando Anamnese; entrevistar o cliente; fazer contato com a escola e outros profissionais que atendam a criança; manter os pais informados do estado da criança e da intervenção que está sendo realizada; realizar encaminhamento para outros profissionais, quando necessário.
Os recursos apontados por RUBINSTEIN (1996) constituem-se em instrumentos para a realização do diagnóstico e intervenção psicopedagógica.
   Porém, BOSSA (1994), destaca outros recursos para o diagnóstico psicopedagógico, referindo-se a:
 Provas de Inteligência (Wisc); 
Testes Projetivos;
 Avaliação perceptomotora (Teste Bender); 
Teste de Apercepção Infantil (CAT.); 
Teste de Apercepção Temática(TAT.); 
também, refere-se a Provas de nível de pensamento (Piaget); 
Avaliação do nível pedagógico ( nível de escolaridade);
 Desenho da família;Desenho da figura Humana;
H.T.P - Casa, Arvore e Pessoa (House, Tree, Person); 
Testes psicomotores: Lateralidade; 
Estruturas rítmicas .. 
    A autora, assim como FERNÁNDEZ (1991) e PAÍN (1985) sugere, ainda, o uso de jogos considerando que o sujeito através deles pode manifestar, sem mecanismos de defesa, os desejos contidos em seu inconsciente. Além do mais, no enfoque psicopedagógico os jogos representam situações-problemas a serem resolvidas, pois envolvem regras, apresentam desafios e possibilita observar como o sujeito age frente a eles, qual sua estrutura de pensamento, como reage diante de dificuldades. 
    Levando-se em conta que o sujeito possui poucos recursos (vocabulário, por exemplo) para se comunicar, expressar o que sente, o que deseja, pode fazer uso de jogos, desenhos e brincadeiras para manifestar o que sente. Sendo assim, cabe ao psicopedagogo estar atento para fazer a leitura e análise das mensagens que o sujeito está lhe enviando.
     Quanto ao uso de testes, BOSSA (1994), não apresenta restrições quanto ao uso quanto ao uso dos instrumentos a que ela se refere para o diagnóstico psicopedagógico. Alguns são testes são de uso exclusivo de psicólogos, como as Provas de Inteligência (Wisc),Testes Projetivos, Avaliação perceptomotora (Teste Bender), Teste de Apercepção Infantil (CAT.), Teste de Apercepção Temática(TAT.). Porém, a autora chama atenção para as recomendações dos autores dos testes, como no CAT Infantil, no manual, afirma-se que o mesmo poderá ser aproveitado por por psiquiatras, psicanalistas, psicólogos, assistentes sociais e professores.

   Considerando que há um grande receio por parte dos psicólogos e Conselho Federal de Psicologia ( CFP), que profissionais não formados em psicologia façam uso de testes ditos específicos da psicologia, principalmente, os que medem o nível de inteligência e testes projetivos, a leitura atenta às indicações dos autores quanto ao uso dos mesmos pode evitar posturas anti-éticas no que se refere a relações com outros profissionais, em especial com os da área da Psicologia.
   Ainda, salienta BOSSA(1994, p.51), que a legislação que regulamenta a profissão de psicólogo a Lei nº 4119, de 27 de agosto de 1962 não especifica quais são os testes quais são os testes específico de uso dos psicólogos. 
    Para evitar tal fato, o psicopedagogo pode ser criativo e desenvolver atividades que possibilitem observar os aspectos da inteligência e da projeção e, se o profissional achar que os testes psicológicos são importantíssimos para concluir um diagnóstico, pode encaminhar o cliente para uma avaliação psicológica, efetivando um trabalho mulitidisciplinar . 
     Considerando que a Psicopedagogia é uma área multidisciplinar, deve o psicopedagogo desenvolver trabalhos integrado com outros profissionais, respeitando o seu cliente e resguardando, para os psicólogos, a exclusividade do uso dos testes psicológicos, pois a Psicopedagogia conta com uma série de recursos que permite ao psicopedagogo desenvolver seu trabalho em harmonia com outras áreas do conhecimento humano, trabalhando nos estritos limites das atividades que lhes são concedidas, conforme aponta o Capítulo III do Código de Ética. .
Recursos para o diagnóstico e intervenção psicopedagógico

    O diagnóstico psicopedagógico, segundo RUBINSTEIN (1996), possui uma dinâmica muito particular, fazendo com que o psicopedagogo participe ativamente do processo psicopedagógico, contrariando os padrões onde o terapeuta adota uma atitude estática diante da dinâmica do caso.
   A conduta dinâmica proposta por RUBINSTEIN no diagnóstico psicopedagógico é a Avaliação Assistida.
LINHARES (1995,p.23), refere-se à avaliação assistida como sendo a "combinação entre avaliar e intervir ensinando diretamente o examinando durante o processo de avaliação" .
  A avaliação assistida ou avaliação dinâmica, está fundamentada na teoria sócio-construtivista proposta por VYGOTSKY, a qual aborda a "aprendizagem mediada e a zona de desenvolvimento proximal".
   Na aprendizagem mediada, LINHARES (1995) enfatiza que os eventos são selecionados, ordenados, filtrados e dotados de significado específico por agentes mediadores, com o objetivo de modificar o repertório das crianças e estimular a manifestação de níveis mais elevados de funcionamento, com o objetivo da criança revelar seu potencial para a aprendizagem.
    Este conceito de aprendizagem mediada influenciou a avaliação do desempenho intelectual, e vários estudiosos propuseram maior ênfase no potencial de aprendizagem do que no desempenho real. Este novo enfoque está fundamentado na Teoria de VYGOTSKY, precisamente em seu conceito de "zona de desenvolvimento proximal". Neste sentido, o "examinador" verifica a convergência entre desenvolvimento e aprendizagem.
A diferença entre avaliação assistida e a avaliação padronizada, segundo LINHARES, está no fato de que a primeira se caracteriza pelo fator dinâmico, já a segunda se caracteriza como estática. 
O quadro abaixo mostras as características entre ambas avaliações.
Avaliação Assistida Avaliação Padronizada
Dinâmica Estática
É flexível Possui instruções padronizadas.
Valoriza o conhecimento adquirido e resolução de problemas. O "avaliador" possui comportamento pautado pelo manual do teste.
Dá ênfase em como o conhecimento é adquirido. Valoriza produtos de aprendizagem
Resultados Resultados
Indicadores do processo de aprendizagem Comparar indivíduos baseando-se em seus escores com grupos de referência.
TABELA 1: Comparação entre Avaliação Assistida e Padronizada.
Para LINHARES (1995) deve-se levar em conta quatro dimensões para caracterizar a avaliação assistida, as quais são compostas pela Interação (onde as ações são compartilhadas entre os sujeitos envolvidos); Método (pode ser estruturado de acordo com o grau de interação entre o sujeito e o examinador, ainda na maneira de incorporar as intervenções de ajuda no processo da avaliação, podendo ser clínico ou estruturado); conteúdo que se deseja ensinar; Foco (é o desempenho potencial revelado através da condição de assistente).
Com relação ao método, LINHARES(1995) destaca que como as intervenções de ajuda no método clínico são menos sistematizadas, assim como as intervenções se processam de modo flexível ao longo da avaliação, então fica difícil separar o desempenho inicial de base (que ocorre sem ajuda) do desempenho potencial (que pode ocorrer através da mediação). Deste modo, o método clínico permite a avaliação qualitativa mais geral do desempenho do examinado, enquanto que o método estruturado, envolve a intervenção de ajuda mais sistematizada. Nele pode-se estabelecer uma estruturação no processo de avaliação. 
Separa-o em fases que se diferenciam pelo fato de serem sem assistência ao educando e com assistência.
Na fase de ajuda, no método estruturado é prevista a direção que se pode tomar. Mas, pode variar a forma e a quantidade de ajuda oferecida.
Em relação ao conteúdo, LINHARES (1995) destaca que com a avaliação assistida pode-se avaliar as habilidades de domínio geral cognitivo: operações cognitivas e raciocínio; as habilidades de domínio específico como a compreensão da leitura, consciência fonológica e habilidades aritméticas.
Como o Foco é o desempenho do potencial da criança revelado através da condição de assistência que se dá ao educando. Através do foco, pode-se identificar a região de sensibilidade à instrução do examinado; a velocidade de aprendizagem e a amplitude de transferência; crianças com alto escores que apresentam bom desempenho na fase de investigação, independente da assistência; estimular a localização do desenvolvimento potencial na zona de desenvolvimento proximal.
Levando em conta as características da avaliação assistida, LINHARES (1995, p.29), considera que " a avaliação assistida parece ser uma modalidade de avaliação promissora, especialmente para crianças classificadas como deficientes mentais ou referidas como apresentando dificuldades de aprendizagem".
Outra recurso para o diagnóstico psicopedagógico é a LPAD (Learning Potencial Assessment Device). 
Tanto RUBINSTEIN (1996) quanto LINHARES (1995), referem-se a LPAD (Learning Potencial Assessment Device) proposto por FEUERSTEIN (1996), como sendo um método dinâmico de caráter diagnóstico para avaliar o potencial cognitivo dos sujeitos com problemas de aprendizagem.
RUBINSTEIN (1996), destaca que FEUERSTEIN considera os métodos tradicionais de avaliação insuficientes para avaliar a capacidade de aprendizagem dos indivíduos, enquanto que LINHARES aponta o LPAD como sendo o instrumento dinâmico para avaliar o potencial cognitivo, incluindo o mapeamento das funções cognitivas deficientes. Ela, ainda enfatiza um segundo material desenvolvido por FEUERSTEIN o PEI (Instrumental Enrichment), o qual visa a modificabilidade cognitiva estrutural, combatendo e corrigindo funções cognitivas abrangentes que instalam, reforçam os princípios cognitivos fundamentais ao nível operacional abstrato.
O LPAD (The Learning Potencial Assesment Device)

O LPAD (The Learning Potencial Assesment Device) criado por Feuerstein em 1972, é considerado um teste dinâmico, cujas variáveis mais relevantes são os mecanismos pessoais que o sujeito articula, na sua interação com o meio, o que determina o seu potencial cognitivo.
Segundo Feuerstein, esse procedimento de avaliação, o LPAD, apresenta quatro diferenças básicas dos testes psicométricos tradicionais:
1.Modifica para o examinador a situação de neutralidade na aplicação do teste: o examinador torna-se um "mediador", que poderá estimar o potencial de aprendizagem de seu aluno, observando o que este consegue fazer sozinho e depois com sua ajuda, à medida que as dificuldades emergem nas tarefas propostas.
Ao estimular o aluno a vencer as dificuldades observadas, o professor-mediador neutraliza as situações de fracasso, demonstrando para o aluno que a situação de aprendizagem poderá ser agradável e proveitosa.
2.Apresenta mudanças na estrutura do teste: a estrutura do teste deve favorecer a apresentação gradual e bem seqüenciada das propostas de aprendizagem. Dessa forma, o professor-mediador criará uma situação de aprendizagem com experimentadas dificuldades, mas sob um clima de apoio o encorajamento. 
Assim, o material de avaliação bem organizado, com etapas de dificuldades estudadas, possibilita ao professor acompanhar os recursos utilizados e as transformações que ocorrem no pensamento desses alunos diante da situação problema trabalhada.
Segundo Gunzburg(1973) e Case(1972) , uma avaliação bem planejada será aquela que proporcionará ao aluno o encorajamento para superar as dificuldades apresentadas no decorrer de seu processo. Assim, as diferentes estratégias utilizadas como recursos pelo aluno para realizar atividades propostas serão extremamente importantes na identificação e estimulação do seu potencial cognitivo.
3. Transforma o produto esperado do teste em um processo de orientação. Assim, os objetivos da avaliação passam a focar mudanças ocorridas no processo de aprendizagem. Essa abordagem dinâmica para a avaliação auxilia o professor-mediador a construir processos de remediação para a aprendizagem a partir de sua interação direta com o aluno.
Segundo Feuerstein, toda interpretação do desenvolvimento humano deverá priorizar a interpretação da forma como o indivíduo utiliza seu potencial cognitivo e soluciona os seus problemas do cotidiano.
4. A exigência de uma mudança na interpretação dos dados recolhidos na avaliação. Haverá um ênfase maior nos sucessos do aluno durante o processo. As técnicas tradicionais de avaliação acabam enfatizando e medindo a dificuldade e a performance medíocre do aluno. Assim, as respostas positivas e os sucessos obtidos pelo aluno, durante o processo de avaliação, funcionariam como indicadores de seu potencial de aprendizagem e indicariam uma pista para o contato com as funções psicológicas superiores desse aluno.
Portanto, essas quatro características apresentadas por Feuerstein na estruturação do LPAD exigiram um procedimento de avaliação diferenciado, sendo necessário que se sejam apresentadas as tarefas à crianças e que seja feita observação a respeito da forma como ele se comporta diante da tarefa e a soluciona, sem contar inicialmente com o auxílio do avaliador. Durante a aplicação da atividade deverá ser realizada a mediação da tarefa à criança objetivando auxiliar o indivíduo na identificação da proposta da tarefa e na sua execução organizada. 
Quanto a este fato, Feuerstein afirma ser possível definir as habilidades cognitivas desse sujeito examinado e descobrir as suas formas de ação para solucionar problemas. Assim, poderão definir rotas alternativas de trabalho que poderão enriquecer e até modificar a sua "inteligência global".

Neste aspecto Feuerstein ressalta, no entanto, a importância de se criar um clima amistoso de confiabilidade entre o avaliador e o aluno, para que se evitem tensões, desistências e, por conseqüência, a desmotivação diante das dificuldades apresentadas.
Os déficits encontrados nessa análise dizem respeito à impulsividade do indivíduo diante de problemas propostos em decorrência da sua desorganização exploratória e das suas dificuldades nas habilidades comparativas, que envolveriam seu campo perceptual e interativo com o meio.
Ao analisar as dificuldades do aluno durante o processo de aprendizagem, Feuerstein afirma que muitos indivíduos considerados rebaixados cognitivamente, deveriam ser considerados "operadores retardados", e suas habilidades cognitivas poderão ser melhoradas qualitativamente, mesmo na fase mais tardia da adolescência ou na fase adulta. Isto seria possível graças a uma ativa e adequada mediação nos processos de aprendizagem.
Depois de apresentar a atividade à criança, observar como ela a realiza e realizar a mediação da atividade, Feuerstein propõe novamente a realização da tarefa para saber se o indivíduo avaliado poderá obter sucesso na proposta apresentada, demonstrando que ocorreu a aprendizagem, mas não como um processo acumulativo de informações e conceitos, e sim como um processo de reconstrução de seus esquemas cognitivos.
Para Feuerstein, os indivíduos que apresentam suas capacidades cognitivas retardadas demonstram, no decorrer do processo de avaliação, dificuldades na elaboração e resposta das tarefas (input-output). Isso implicaria em trabalhar com a aprendizagem mediada (parceiro experiente X parceiro inexperiente) e com um conceito global a respeito da inteligência, que deverá ser interpretada qualitativamente, ou seja, valorizando a qualidade das tarefas realizadas e não a quantidade das mesmas.
Sob esse ponto de vista, Feuerstein argumenta que nenhum instrumento de avaliação da inteligência pode deixar de considerar os processos individuais do pensamento, com base nos processos de "input" do sujeito, ou seja, na forma como indivíduo organiza e entra em contato com as informações; a forma como o indivíduo opera seu pensamento baseando-se nas informações disponíveis, ou seja, seus processos de elaboração; como o indivíduo comunica o resultado dos seus processos mentais, ou seja, a maneira como ele faz uso de suas informações (output), através de seus comportamentos e habilidades.
Afirma RUSSO (1994) que o modelo de processo de pensamento considerado por Feuerstein, input-elaboração-output, além de proporcionar a identificação das dificuldades potenciais dos processos mentais do indivíduo, poderá, também, proporcionar através do procedimento de avaliação, pré-teste-aprendizagem mediada-teste, o desenvolvimento e o exercício das capacidades cognitivas afetadas no sujeito.
Enfatiza a referido autora que Feuerstein acredita na importância da motivação e das características afetivas do sujeito, como componente fundamental para as realizações desses procedimentos de avaliação. Tais idéias foram materializadas em seu instrumento de avaliação, denominado "Learning Potencial Assessment Device - LPAD". 
Após a aplicação do LPAD, nas suas diversas modalidades, Feuerstein sugere como estratégia pedagógica de trabalho o uso do instrumento PEI (Program Instumental Enrchiment) ou PEI (Programa de Enriquecimento Cognitivo), objetivando proporcionar aos indivíduos considerados "operadores retardados" um enriquecimento de seu potencial cognitivo.
PEI (Program Instumental Enrchiment) ou Programa de Enriquecimento Instrumental
O PEI se fundamenta na concepção de que é a inteligência que enfatiza sua condição de ser receptiva a trocas e modificações 
FEUERSTEIN, (apud GARCIA, 1991, p.18), afirma que a inteligência é um processo dinâmico auto-regulador altamente sensível aos efeitos do meio ambiente. Deste modo, contesta as posições da psicologia que concebem a inteligência como organismo determinado geneticamente e que permanece constante e invariável ao longo de toda vida.
O criador do PEI estabeleceu como objetivo deste instrumento, aumentar a capacidade do organismo humano de ser modificado através da exposição direta dos estímulos e experiências obtidas através do enfrentamentos de eventos da vida, com oportunidades formal e informal de aprendizagem.
Este objetivo geral implica objetivos específicos como corrigir as funções mentais deficientes; possibilitar a formação de conceitos básicos para a realização dos exercícios do programa; desenvolver um sistema de hábitos a partir das experiências obtidas nos exercícios realizados; proporcionar ao indivíduos pensamentos reflexivo e insight; contribuir para mudanças de atitudes.
O PEI é composto por, aproximadamente, 600 páginas de exercícios, distribuídos em quatorze instrumentos denominados Organização de Pontos; 
Orientação Espacial; 
Comparações; 
Percepção Analítica; 
Orientação Espacial II; 
Ilustrações; Classificação; 
Relações Temporais; 
Progressões Numéricas; 
Relações Parentesco Familiar;
 Relações Transitivas; 
Silogismo; 
Desenho de Padrões e Instruções.
 Estes exercícios são apresentados ao estudante página por página, para serem desenvolvidos.
GARCIA (1991) menciona que a realização dos exercícios requer uma série de processos de elaboração e transformação onde o estudante contribui ativamente para a organização, re-estruturação, descobrimento e re-aplicação das relações produzidas.
Outras Alternativas

Muitas alternativas para uso do psicopedagogo estão sendo colocadas no mercado. Os recursos apresentados por autores de materiais publicados pela Editora Vetor, que além de fornecer material, também promove cursos para orientar a utilização dos mesmos, vem beneficiando a avaliação e intervenção psicopedagógica. Eles estão aqui resumidos, pois, a análise de cada um demanda outra dissertação.
1. Lendo e Escrevendo (1 e 2)
Este material pode ser aplicado para detectar se o estudante possui os requisitos básicos para o processo de Alfabetização.
Pode ser usado em alunos da Pré- escola e séries iniciais.
Autora: Geraldini P. Wintter e Melany S. Copit
2. Teste de Prontidão Horizontes
Pode ser usado para detectar Maturidade/ Prontidão para Alfabetização na pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental.
Autora: Neda Lian Branco Martins
3. Metropolitano de Prontidão - fator R
Pode ser usado para detectar prontidão alfabetização na pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental.
Autor: G.H. Heldreth, Ph.D. Griffiths
Adaptação e Padronização: Ana Maria Poppovic
4. Becasse R-l (F e M)
Este teste pode auxiliar no diagnóstico da maturidade escola. Ele traz atividades envolvendo: Estruturação de estórias;Títulos; conteúdos; Redação Omissão ou recusa; Dinâmica da Aplicação; Escolha da Lâmina.
Autora: Bettina Katzenstein Schoenfeldt.
5. Papel de Carta
Este material pode ser utilizado para auxiliar na Avaliação das Dificuldades de Aprendizagem. Apresenta como conteúdo atividades envolvendo comunicação e vinculação.
A Editora Vetor recomenda que este teste seja usado somente por psicólogos. 
Autora: Leila Sara José Chamat
6. Prontidão para Alfabetização
Trata-se de um Programa para o Desenvolvimento de Funções Específicas destinadas a alfabetização. Apresenta conteúdo teórico e prático.
Autoras: Ana Maria Poppovic e Genny Golubi de Moraes
Além dos recursos apresentados pela editora Vetor, as provas piagetianas e os níveis de alfabetização são igualmente importantes podendo ser confeccionados pelo próprio profissional.
7. As Provas Piagetianas
Podem ser usadas para detectar o estágio do raciocínio lógico matemático da criança. O Conteúdo pode ser montado com o número de provas que se achar necessário. Ernesto Rosa Neto apresenta uma seqüência compostas por tarefas que envolvem a Classificação, Seriação, Classe- Inclusão; Conservação de Quantidades Contínuas e Quantidades Descontínuas.
8. Os Níveis de Escrita
Os Níveis de Escrita estudados por Emília Ferreiro, também são recursos excelentes. Eles podem ser utilizados para identificar o nível de escrita em que a criança se encontra no processo de alfabetização, podendo ser: icônico (a criança representa seu mundo através de desenhos); não icônico (a criança consegue usar letras para escrever e desenhar representando sua forma de escrita, porém o uso das letras não está sistematizado, muitas vezes coloca as letras e faz o desenho, usando ambos para escrever uma mesma palavra); realismo nominal (faz o uso das letras conforme o tamanho do objeto e não de acordo com a palavra, para ela o objeto grande deve ter muitas letras e o objeto pequeno poucas letras); nível pré-silábico (a criança já sabe que precisa de letras para escrever, embora não faça distinção entre letra e número, também já sabe que precisamos usar muitas letras diferentes para escrever). 
Deste modo, a criança usa as letras do próprio nome variando a posição e a ordem em que elas aparecem no seu nome, para escrever novas palavras); nível pré-silábico em conflito (nesta fase a criança pode enfrentar um conflito já que conta as letras para escrever, mas no momento de escrever acha que é necessário muitas letras para escrever, acreditando que com poucas letras não é possível a escrita, ainda, ao pedir a ela que faça a relação de letras com sílabas, ela risca as letras que parecem sobrar. Isso pode acontecer com palavras monossílabas; ao vencer este conflito a criança entrará no nível pré-silábico); nível pré-silábico (a criança passa a atribuir valor sonoro a cada uma das letras que compõe a escrita e descobre que a escrita representa a fala). Deste modo, formula a sílaba - sem valor sonoro -, cada letra representa um valor som; nível pré-silábico "elaborado" (a criança percebe o valor silábico, portanto, usa uma letra para significar uma sílaba, assim usa uma letra para escrever a palavra monossílabo, mas como acredita que uma letras só não dá para ler, coloca outras só para que possa ler); nível silábico "alfabético" (começa a usar algumas sílabas, embora algumas outras usa só uma letra e se contenta com isso vai descobrindo a sílaba e começa a usá-la); nível alfabético (a criança já usa praticamente todas as sílabas simples, embora com alguns erros, sendo necessário trabalhar a ortografia).
O Uso da Informática. 

Os recursos da informática, também, não podem ser ignorados pela Psicopedagogia. 
É verdade que o computador não possui flexibilidade para compreender outras linguagens, decifrar códigos desconhecidos ou criticar o que lhe é apresentado. Ele é mais um recurso que pode ser explorado de inúmeras maneiras. 
Considerando que a Psicopedagogia trabalha com a aprendizagem humana, os recursos da informática poderão possibilitar a criação, a comunicação, a interação, enfim novas descobertas promovendo a aprendizagem humana.
Foram mencionados aqui, alguns instrumentos que podem ser usados para o diagnóstico e intervenção psicopedagógica, enfatizando que se o psicopedagogo não utilizar recursos exclusivos de outras áreas, não estará ferindo a ética profissional, ainda estará zelando pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, conforme menciona o Código de Ética da Psicopedagogia, (Capítulo II, Das Responsabilidades dos Psicopedagogos, Artigo 6º, letra b), também, estará garantindo o bem estar das pessoas em atendimento profissional, conseqüentemente, mantendo a ética profissional.
No que tange ao levantamento realizado nesta pesquisa sobre alguns recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica, destaca-se que não se trata de apresentar um quite de materiais para serem utilizados com todas as crianças e em todas situações, pois tal atitude colocaria o psicopedagogo na posição de um simples aplicador de testes, não é isto que se quer para este profissional, também, não é pretensão da pesquisadora fornecer roteiro ou receita para diagnóstico e intervenção. O propósito aqui foi refletir sobre os recursos que estão no mercados. Portanto, cabe ao profissional analisar cada situação e decidir por aplicar o recurso que lhe for conveniente tendo em vista a qualidade de seu trabalho e o compromisso com o cliente.




Conclusão

Pode-se concluir que o mercado editorial dispõe de muitos recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica possibilitando ao psicopedagogo desenvolver seu trabalho de maneira eficiente e eficaz, contribuindo assim para melhorar a qualidade do ensino, quer sua atuação seja na clínica ou na institucional escolar, quer seu enfoque de trabalho seja preventivo ou curativo, no sentido de intervir no problema de aprendizagem já apresentado pela criança ou no sentido de prevenir a instalação de problemas nos educandos. Deste modo, não há razão para que o psicopedagogo faça uso de recursos específicos da Psicologia uma vez que possui recursos diversificados. Se houver necessidade de uma avaliação do nível emocional ou inteligência deve encaminhar a criança para um psicólogo, pois ele poderá realizar a avaliação e, se necessário uma intervenção nesses níveis os dois profissionais, psicopedagogo e psicólogo, poderão atuar juntos, até mesmo porque a Psicopedagogia é uma área de atuação multidisciplinar. 
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Publicado em 01/01/2000

Teresinha de Jesus de Paula Costa - Pedagoga, Psicopedagoga, Mestranda em Educação pela UNISAL


RESUMO DE DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
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