Como ensinar crianças com deficiência intelectual a brincar
Publicado por: Angélica Almeida em: 17/02/2011
Em: Deficiência Intelectual Comente!
Através do brincar, a criança pode desenvolver sua coordenação motora, suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo. Está comprovado que a criança que não tem grandes oportunidades de brincar, e com quem os pais raramente brincam, sofre bloqueios e rupturas em seus processos mentais.
As crianças sem deficiência mental brincam espontaneamente, ou aprendem rapidamente através de imitação. Elas tentam todos os tipos de brincadeiras novas por curiosidade. As crianças deficientes, que têm um menor grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo, também aprendem por imitação, contudo, freqüentemente necessitam ligeira ajuda para torná-las mais inquisitivas.
Já as crianças com maior grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo necessitam que lhes ensinem muita coisa e nesses casos a imitação quase não funciona. É necessário ensinar a tarefa em si e mostrar que o processo é divertido.
Atividades para crianças com deficiência mental
É importante dividir qualquer tarefa em etapas gradativas, tão pequenas quanto for necessário. Por exemplo, começar por um jogo simples, colocando uma bola pequena numa xícara. Comece com o Auxílio Mínimo até o Auxílio Máximo, siga a lista abaixo até obter uma resposta.
Auxílio Mínimo
1. Instrução verbal
Com a bola dentro da xícara apenas fale: “pegue a bola.”
2. Fala e gesto
Com a bola dentro da xícara fale: “pegue a bola” e aponte para a xícara.
3. Orientação
Retire a bola da xícara e guie a criança até ela, ao falar “pegue a bola”.
Auxilio Máximo
Com base na atividade mencionada anteriormente, faça um seguimento completo: segure a mão da criança, feche seus dedos ao redor da bola, posicione sua mão sobre a xícara e faça-a soltar a bola.
Você pode repetir a atividade de tirar e colocar a bola na xícara para trabalhar a percepção da criança
E no que diz respeito ao estímulo?
Quando alguma coisa nova for feita, elogie.
Quando uma habilidade antiga for usada, fique apenas contente.
À medida que uma habilidade nova se torna antiga, reduza o elogio pouco a pouco.
Lembre-se sempre de manifestar o maior prazer quando aparecer uma habilidade nova – muito elogio, um abraço, um doce.
Este seu estímulo ficará associado à tarefa. Com o tempo a tarefa será executada, mesmo com você ausente, devido a este estímulo lembrado. Então, embora talvez com alguns poucos brinquedos, você verá a criança brincar. Não será mais uma “tarefa” para nenhum de vocês dois.
Uma técnica especial é particularmente útil a ensinar a brincar. Baseia-se na idéia de sucesso completo em cada etapa. Um bom exemplo é usar um quebra-cabeça.
Utilizando um quebra-cabeça
Fazemos muitas deduções quando executamos um quebra-cabeça porque já montamos um anteriormente. Isto quer dizer que muitas pessoas que ensinam o manuseio deste brinquedo ou tipos semelhantes às crianças, ensinam erradamente. Não é efetivo espalharmos o quebra-cabeça quando o tiramos da caixa, com as peças todas separadas na frente da criança, ou colocar talvez algumas peças juntas e esperar que ela termine a montagem.
Veja a coisa através dos olhos da criança com deficiência mental. Ela não sabe o que está fazendo, se ele colocar uma peça no lugar, a coisa toda parece que ficou igual e ainda incompleta. O resultado é frustração.
Comece de outro jeito e as coisas ficam diferentes!
1. Monte você mesmo o quebra-cabeça e converse acerca dele.
2. Tire uma de suas peças.
3. Faça com que a criança reponha a peça. Ela terminou? Diga-lhe que isso é um sucesso alcançado!
4. Tire outra peça, ou talvez a primeira que removeu e mais uma.
5. Faça com que a criança complete o jogo. Ela teve sucesso mais uma vez!
6. Repita a ação com outras peças.
Esta técnica, chamada encadeamento é muito útil quando é importante evitar o fracasso. Simplesmente, comece do fim e dê uma marcha ré. Isso é muito bom para qualquer brinquedo seqüencial: um quebra-cabeça, um ábaco, jogos de construção e muitos outros.
Atenção: problemas poderão ocorrer quando não houver contato de olhos (com você ou com o brinquedo): quando a criança adormece, tem conduta destrutiva ou agressiva. Devemos evitar acomodações, perda de iniciativa ou tendência ao isolamento.
A deficiência lúdica do deficiente mental decorre de vários fatores:
Baixa capacidade de atenção.
Instabilidade psicomotora.
Tendência a repetição estereotipada dos mesmos jogos.
Ausência de iniciativa.
Dificuldades motoras.
Dificuldade para ater-se às regras.
Fragilidade às frustrações.
Na brincadeira a criança deve respeitar as regras, submeter-se à disciplina, participar de equipes, aprender a ganhar e a perder. É um treino para a vida. A diferença é que a criança com deficiência mental tem que ser ensinada a jogar porque dificilmente vai começar espontaneamente. As regras do jogo têm que ser bem explicadas, com poucas palavras e de forma bem clara. Precisará de apoio para conformar-se a perder, ou a ganhar, sem ufanar-se muito, a respeitar as regras e a controlar-se.
Fonte: Derek Blackburn (Londres) traduzido por Nylse Cunha,
diretora do Instituto Indianópolis e fundadora da 1ª Brinquedoteca Brasileira.
Em: Deficiência Intelectual Comente!
Através do brincar, a criança pode desenvolver sua coordenação motora, suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo. Está comprovado que a criança que não tem grandes oportunidades de brincar, e com quem os pais raramente brincam, sofre bloqueios e rupturas em seus processos mentais.
As crianças sem deficiência mental brincam espontaneamente, ou aprendem rapidamente através de imitação. Elas tentam todos os tipos de brincadeiras novas por curiosidade. As crianças deficientes, que têm um menor grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo, também aprendem por imitação, contudo, freqüentemente necessitam ligeira ajuda para torná-las mais inquisitivas.
Já as crianças com maior grau de comprometimento em seu desenvolvimento cognitivo necessitam que lhes ensinem muita coisa e nesses casos a imitação quase não funciona. É necessário ensinar a tarefa em si e mostrar que o processo é divertido.
Atividades para crianças com deficiência mental
É importante dividir qualquer tarefa em etapas gradativas, tão pequenas quanto for necessário. Por exemplo, começar por um jogo simples, colocando uma bola pequena numa xícara. Comece com o Auxílio Mínimo até o Auxílio Máximo, siga a lista abaixo até obter uma resposta.
Auxílio Mínimo
1. Instrução verbal
Com a bola dentro da xícara apenas fale: “pegue a bola.”
2. Fala e gesto
Com a bola dentro da xícara fale: “pegue a bola” e aponte para a xícara.
3. Orientação
Retire a bola da xícara e guie a criança até ela, ao falar “pegue a bola”.
Auxilio Máximo
Com base na atividade mencionada anteriormente, faça um seguimento completo: segure a mão da criança, feche seus dedos ao redor da bola, posicione sua mão sobre a xícara e faça-a soltar a bola.
Você pode repetir a atividade de tirar e colocar a bola na xícara para trabalhar a percepção da criança
E no que diz respeito ao estímulo?
Quando alguma coisa nova for feita, elogie.
Quando uma habilidade antiga for usada, fique apenas contente.
À medida que uma habilidade nova se torna antiga, reduza o elogio pouco a pouco.
Lembre-se sempre de manifestar o maior prazer quando aparecer uma habilidade nova – muito elogio, um abraço, um doce.
Este seu estímulo ficará associado à tarefa. Com o tempo a tarefa será executada, mesmo com você ausente, devido a este estímulo lembrado. Então, embora talvez com alguns poucos brinquedos, você verá a criança brincar. Não será mais uma “tarefa” para nenhum de vocês dois.
Uma técnica especial é particularmente útil a ensinar a brincar. Baseia-se na idéia de sucesso completo em cada etapa. Um bom exemplo é usar um quebra-cabeça.
Utilizando um quebra-cabeça
Fazemos muitas deduções quando executamos um quebra-cabeça porque já montamos um anteriormente. Isto quer dizer que muitas pessoas que ensinam o manuseio deste brinquedo ou tipos semelhantes às crianças, ensinam erradamente. Não é efetivo espalharmos o quebra-cabeça quando o tiramos da caixa, com as peças todas separadas na frente da criança, ou colocar talvez algumas peças juntas e esperar que ela termine a montagem.
Veja a coisa através dos olhos da criança com deficiência mental. Ela não sabe o que está fazendo, se ele colocar uma peça no lugar, a coisa toda parece que ficou igual e ainda incompleta. O resultado é frustração.
Comece de outro jeito e as coisas ficam diferentes!
1. Monte você mesmo o quebra-cabeça e converse acerca dele.
2. Tire uma de suas peças.
3. Faça com que a criança reponha a peça. Ela terminou? Diga-lhe que isso é um sucesso alcançado!
4. Tire outra peça, ou talvez a primeira que removeu e mais uma.
5. Faça com que a criança complete o jogo. Ela teve sucesso mais uma vez!
6. Repita a ação com outras peças.
Esta técnica, chamada encadeamento é muito útil quando é importante evitar o fracasso. Simplesmente, comece do fim e dê uma marcha ré. Isso é muito bom para qualquer brinquedo seqüencial: um quebra-cabeça, um ábaco, jogos de construção e muitos outros.
Atenção: problemas poderão ocorrer quando não houver contato de olhos (com você ou com o brinquedo): quando a criança adormece, tem conduta destrutiva ou agressiva. Devemos evitar acomodações, perda de iniciativa ou tendência ao isolamento.
A deficiência lúdica do deficiente mental decorre de vários fatores:
Baixa capacidade de atenção.
Instabilidade psicomotora.
Tendência a repetição estereotipada dos mesmos jogos.
Ausência de iniciativa.
Dificuldades motoras.
Dificuldade para ater-se às regras.
Fragilidade às frustrações.
Na brincadeira a criança deve respeitar as regras, submeter-se à disciplina, participar de equipes, aprender a ganhar e a perder. É um treino para a vida. A diferença é que a criança com deficiência mental tem que ser ensinada a jogar porque dificilmente vai começar espontaneamente. As regras do jogo têm que ser bem explicadas, com poucas palavras e de forma bem clara. Precisará de apoio para conformar-se a perder, ou a ganhar, sem ufanar-se muito, a respeitar as regras e a controlar-se.
Fonte: Derek Blackburn (Londres) traduzido por Nylse Cunha,
diretora do Instituto Indianópolis e fundadora da 1ª Brinquedoteca Brasileira.
Didática para Deficientes Intelectuais na Sala de Aula
Na verdade,
não existe nenhum livro, método, artigo científico que mostre como se
deve trabalhar com um deficiente intelectual. Em outras palavras, não
existem receitas prontas. Cada deficiente tem um problema que deve ser
considerado, uma personalidade e um jeito próprio de ser, de sentir, de
agir e de reagir, agravado ou não pelas complicações provenientes de
alguma síndrome.
O que posso
passar para vocês, professores, é a minha experiência pessoal, Do que
aprendi nos cursos que fiz, no que tenho lido e pesquisado e no trato
com pessoas deficientes.
A primeira
coisa a fazer é observar o que você sente por aquela pessoa. Nojo? Medo?
Indiferença? Repulsa? Estes sentimentos são de certa forma normais
devido aos nossos preconceitos. Se sentir isto, passe a criança para
outra turma, porque não dará conta do recado. Trabalhe de forma a perder
esses preconceitos antes de trabalhar com ela ou com outro (s). Posso
afirmar que é muito gratificante.
Em segundo lugar, conheça alguns mitos sobre as deficiências:
- Todos aprendem da mesma maneira - isto é mito e serve para todos, com ou sem deficiência. Cada um tem uma facilidade mais acentuada para aprender melhor e mais rápido, que pode ser a visão, a audição, realizando alguma coisa, ou duas ou tres dessas facilidades juntas. Os deficientes não são diferentes nesta questão.
- Todos tem que raciocinar da mesma forma - observando-se crianças sem deficiência resolvendo um problema prático, podemos perceber que nem todas pensam do mesmo jeito e nem seguem a mesma sequência de ação, embora cheguem a um resultado semelhante. Com os deficientes é a mesma coisa. Uns mais lentos que outros, Uns vão por um caminho, outros,vão por caminhos diferentes. mas todos encontram uma solução, viável ou não.
- Deficiente não aprende - É mito. Dependendo da gravidade da deficiência, uns podem se alfabetizar, outros, não. Para isto, precisamos mudar o conceito que temos de "aprender". Nós, professores, costumamos relacionar "aprender" com as disciplinas escolares. Mas, aprender é muito mais que isso. Uma criança não come sozinha e passa a comer, não senta e passa a sentar, ela não aprendeu? Pode ser que a criança deficiente não aprenda as lições que a escola ou você querem, mas se ela aprender a se relacionar com os amigos, já é uma vitória. com os deficientes, cada pequena conquista é um grande feito, um passo gigantesco.
- Qualquer coisa que a mantenha ocupada está bom - Mito. Nem mesmo as crianças sem deficiência admitem isso. Por que os deficientes têm que se sujeitar? Quando percebem que estão sendo tratados dessa maneira eles reagem e com razão. O essencial é planejar, estabelecer objetivos e metas a serem alcançadas a curto, médio e longo prazo de acordo com as possibilidades de cada um.
Para
planejar uma atividade, levantar objetivos e metas é preciso observar a
criança deficiente e saber do que ela é capaz. Muitos professores
colocam os deficientes longe de si. Faça o contrário, coloque-o perto de
você, Assim, será mais fácil observar.
Nessa
observação, verifique o que ele pode ou não pode fazer. Ex. Se ele não
mexe um braço, estimule o outro. Se ele não consegue segurar o lápis
porque é fino demais, engrosse-o com EVA ou com outro material maleável.
Se ele não enxerga por ter baixa visão, estimule a audição. Se ele não
escreve mais fala, trabalhe a oralidade. E assim por diante,
aproveitando o que ele sabe fazer melhor.
Todo
deficiente intelectual necessita de muita repetição até que consiga
fazer sozinho. Mas, essa repetição não pode cair na mesmice, porque ele
não sente que está progredindo. Varie de tempos em tempos. Ex; o treino
de traçado do "A" de forma. Se você der a ela 500 folhas de A sempre da
mesma forma, ela se cansará e desistirá. Escrever o A em tracinhos,
quadradinhos, florzinhas, bichinhos, em palavras, etc, acrescidos de um
desafio como "Vamos agora para um mais difícil" fará com que perceba que
pode progredir.
Se a criança
memorizou o som da letra A (por ex) mas, não sabe ou não consegue
escrever, pode apontar, pintar, recortar, colar, separar. Atividades
não faltam. desse jeito, podem trabalhar até mesmo a gramática, pondo
juntas ou separadas figuras masculinas e femininas, o pequeno e o
grande, o singular e o plural.
Os
deficientes intelectuais ou os que tem outros problemas cognitivos
possuem dificuldade de compreensão. Portanto, use um vocabulário
simplificado com eles. Use materiais concretos o mais que puder. O mesmo
se dá com Matemática, História, Geografia, Ciências. Com relação a
estas disciplinas, não adianta dar muitas explicações. Eles se confundem
e não compreendem. Mostre concretamente o que quer, seja ao vivo
(quando é possível) ou por meio de figuras. Ex: partes da planta.
Trabalhe só isso. Ajude no início. Aos poucos, vá soltando, até que ela
consiga realizar a tarefa sozinho. Passe, então, para outro assunto.
Numa classe
lotada e com um ou mais deficientes, atenda-os primeiro. Levarão mais
tempo para realizar as tarefas. enquanto isso, você cuidará dos outros. E
quando tiver um tempinho, ajude-o ou mude de tarefa.
Testar e tentar são as palavras chave. Nunca espere perfeição
e tenha muita paciência. Muitas vezes, depois de tanto trabalho, de
tudo parecer que não dá certo, e aí, vem uma hora em que você vê os
progressos surgindo.
Quem lida com deficientes jamais pode perder 3 coisas: a paciência, a perseverança e a crença de que um dia seu trabalho aparecerá.
http://milmaneiraspedagogia.blogspot.com.br/2011/04/desejo-todos.html
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